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Produção de mudas florestais em espuma fenólica

David Pessanha Siqueira

Engenheiro agrônomo, mestrando em Produção Vegetal – Universidade Estadual do Norte Fluminense

pessanhasdavid@hotmail.com

 

CréditoFibria
Crédito Fibria

A espuma fenólica é um substrato agrícola, inicialmente lançado para o setor hortícola para otimizar os processos dos cultivos hidropônicos, e acabou ganhando emprego, ainda não comercial, também no ramo florestal. É uma espuma à base de resina fenólica usada para produção de mudas, na fase de enraizamento, podendo ser utilizada com sementes ou estacas.

Há uma crescente demanda de mudas florestais e de um substrato que se incorpore ao solo e possibilite o desenvolvimento adequado da muda em menor tempo.Neste cenário, surge a espuma fenólica como possível alternativa aos tubetes preenchidos com substrato comercial (casca de pinus, turfa, fibra de coco e vermiculita), conjunto mais utilizado para produção de mudas atualmente, não apresentando limitações ao desenvolvimento do sistema radicular, sem deixar de oferecer proteção às raízes.

A espuma é vantajosa por ser um material estéril e inerte, livre de fungos e bactérias causadoras de doenças, não interferindo na absorção de nutrientes. Suas propriedades físicas conferem boa absorção e retenção de água, sem que haja excessos, ocasionando ausência de oxigênio.

Cuidados especiais

Vale lembrar que para o processo de germinação de sementes, bem como para o enraizamento de estacas, é fundamental que haja conteúdo de água e oxigênio adequados para garantir o sucesso do processo.

O uso da espuma fenólica no setor florestal ainda se limita ao meio científico, como relatam Da Silva et al. (2012), afirmando que, para o eucalipto, o uso da espuma apresentou viabilidade biológica para substituição dos tubetes preenchidos com substrato, utilizados convencionalmente.

Manejo da espuma fenólica

Para utilização das placas de espuma fenólica, é necessário que seja feita a correção do pH previamente, que em geral é próximo de 3,5, devido ao polímero que dá origem à espuma. O ajuste do pH pode ser feito com a lavagem das placas com água corrente, ou, caso necessário, imersão em elevadores de pH.

Após a correção do pH, a espuma deve ser colocada em bandejas apropriadas e saturada com água, realizando-se o plantio ou estaqueamento da espécie de interesse. Em seguida, a área ocupada por cada semente ou estaca na placa fenólica deve ser separada nas chamadas células, evitando o enraizamento conjunto das mudas.

Devido à espuma não possuir nenhum nutriente mineral, se faz necessária adição de fertilizantes, que deve ser feita logo após a germinação, quando se observar o primeiro par de folhas. No estaqueamento, é recomendado o uso de reguladores de crescimento, favorecendo o desenvolvimento radicular, deixando as fertilizações para um segundo momento, após o enraizamento das estacas.

As aplicações de fertilizantes devem ser contínuas, até que as mudas apresentem condições adequadas para o plantio. As placas de espuma fenólica apresentam dimensões variadas, assim, as de maior tamanho (3,7cm x 3,7cm x 6,0cm) parecem ser mais adequadas para o setor florestal, propiciando suporte para o desenvolvimento das mudas.

Essa matéria você encontra na edição de janeiro/fevereiro 2017  da revista Campo & Negócios Floresta. Adquira já a sua.

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