Éder Jr de Oliveira Zampar – Engenheiro agrônomo e mestrando em Solos e Nutrição de Plantas – Universidade Estadual de Maringá (UEM)
Priscila Angelotti Zampar – Engenheira agrônoma e doutoranda em Proteção de Plantas – UEM
Gabriel Ferrari Pascheto / Celso Rafael Macon – Graduandos em Agronomia e estagiários no Grupo de Estudos em Solos e Nutrição de Plantas (GESSO-UEM)

No mundo atual existe uma demanda constante, especialmente em países em desenvolvimento, para o aumento da produção agrícola a fim de atender as necessidades crescentes da população mundial. Podemos satisfazer essas necessidades de duas formas, aumentando as áreas de plantio ou a produtividade das culturas nas áreas que temos hoje. A última alternativa se torna ideal afim de mantermos a sustentabilidade do sistema e evitarmos desmatamentos.
Nossa produção agrícola está em constante crescimento, seja pelo melhoramento genético empregado em plantas cada vez mais produtivas, seja no manejo, utilizando os princípios básicos de rotação de culturas, calagem e gessagem, seja pela utilização de fertilizantes cada vez mais eficientes ou pelo manejo fitossanitário adequado a cada região produtora. Estamos a cada ano alcançando altas médias de produção, tanto em culturas de grãos como em olerícolas e frutíferas.
Estresses bióticos e abióticos
O fator que mais preocupa a agricultura atual é o clima, pois na maioria das áreas ele se torna o principal limitante para que as plantas expressem o máximo potencial produtivo. Os problemas climáticos no ciclo da cultura recebem o nome de estresses abióticos, que estão relacionados a fatores que o homem não consegue contornar, relacionados a intempéries climáticas.
Os estresses bióticos seriam aqueles que o homem ainda consegue controlar, como insetos-praga, fungos, bactérias, vírus e nematoides.
O conceito de estresse pode ser definido, de maneira simples, como qualquer fator externo que exerce influência desvantajosa sobre a planta, induzindo a mudanças e respostas a todos os níveis. Normalmente visando diminuir os efeitos desses estresses, os agricultores tentam manejar a cultura com aplicações foliares de forma preventiva, visando a manutenção da atividade metabólica e a prevenção de estresse.
Papel dos aminoácidos
Buscando mitigar os estresses, tanto os climáticos como falta de água, estresse salino ou até mesmo algum tipo de fitotoxidez causada na cultura, a utilização de aminoácidos tem sido uma boa solução para esses problemas.
O uso de aminoácidos na agricultura ainda é cercado de perguntas e desconfianças, entretanto, os aminoácidos têm potencial de aumentar a eficiência de uso de fertilizantes e aumentar a produção e resistência ao estresse causado por temperatura e déficit hídrico.
Aminoácidos nas plantas
Embora a planta seja capaz de sintetizar todos os aminoácidos que são necessários para a síntese de proteínas, a suplementação de campos de produção com componentes primários de proteínas e ácidos nucleicos é uma estratégia inteligente para aumentar a produtividade da lavoura.
A aplicação de aminoácidos em cultivos pode ativar o metabolismo fisiológico da planta. Cada estágio de crescimento da planta requer quantidades específicas de diferentes aminoácidos, e caso seja aplicado o aminoácido mais requerido pela planta naquele momento, causará benefícios para seu crescimento e desenvolvimento.
Aminoácidos são moléculas orgânicas que contêm nitrogênio, carbono, hidrogênio e oxigênio, e uma cadeia orgânica lateral na sua estrutura, utilizada para distinguir um aminoácido dos demais.
Glutamato, glutamina e aspartato são os primeiros aminoácidos formados pelas plantas na via de assimilação de nitrogênio. A partir destes, outros são formados pela atividade de aminotransferases. Os aminoácidos podem desempenhar diferentes funções nas plantas, podendo atuar como agentes redutores de estresse, fonte de nitrogênio e precursores hormonais (Dudareva, 2012).
O processo de formação dos aminoácidos está totalmente ligado à assimilação e absorção do nitrogênio, pois quando a planta absorve o nitrogênio na forma de nitrato do solo, ele é reduzido a nitrito nos plastídios das raízes ou até mesmo na parte aérea.
Posteriormente esse nitrito é reduzido a amônio e, por fim, esse amônio será incorporado aos aminoácidos pela atividade de duas enzimas: a glutamina sintetase (GS) e a glutamato sintetase (Gogat).
Por fim, temos a formação de duas moléculas de glutamato, que é o primeiro aminoácido formado na planta e é utilizado como base para a formação dos demais aminoácidos, de acordo com a necessidade fisiológica da cultura.
Funções dos aminoácidos
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