Liliane Marques de Sousa – Mestranda em Fitotecnia – Universidade de Federal de Viçosa (UFV/Viçosa) – liliane.engenheira007@gmail.com
Alasse Oliveira da Silva – Mestrando em Fitotecnia – Universidade de São Paulo (ESALQ/USP) – alasse.oliveira77@gmail.com
O cafeeiro é uma planta perene e de regiões quentes, principalmente dos trópicos. Pertence à família Rubiaceae, havendo mais de 100 espécies do gênero Coffea, dentre as quais as de maior importância e interesse econômico são Coffea arabica L. representando 70 % e Coffea canephora Pierre, com 30% da produção mundial, popularmente conhecidos como café arábica e café conilon, respectivamente.
O café arábica é caracterizado por produzir uma bebida mais fina, apresentando-se como um produto de qualidade superior, com aroma e sabor mais refinados. Trata-se de um produto extremamente popular no mundo e uma importante commodity no mercado mundial de produtos agrícolas.
O Brasil é líder na produção de café, participando com aproximadamente 33% da produção mundial, sendo considerado a segunda bebida mais consumida pelos brasileiros. Assim, constitui-se uma importante cultura agrícola para o desenvolvimento socioeconômico do País.
Polinização
Pesquisas afirmam que o plantio de cultivares de alto potencial produtivo, resistentes a pragas e doenças, não é suficiente para alcançar a máxima produtividade se isso não for aliado à ação dos agentes polinizadores da cultura. Isso significa que a presença de polinizadores, em especial as abelhas, garante maior produtividade e qualidade dos frutos, atendendo assim à demanda do mercado.
O café arábica é uma planta autógama, ou seja, que não depende necessariamente da polinização cruzada (feita pelo vento ou pelos animais) para se reproduzir, mas que, independentemente disso, se beneficia dela.
Resultados de pesquisas apontam que com a polinização das abelhas ocorreu um aumento de 20% na produtividade e melhoria na qualidade do grão, com um aumento na pontuação do café de +3 pontos.
Técnica x manejo
A polinização cruzada na cultura do cafeeiro pode ser feita de duas formas: artificialmente ou naturalmente, a técnica a ser adotada em campo será aquela que representar o melhor custo/benefícios ao cafeicultor. Uma das alternativas seria a polinização nos cafezais realizada de forma manual, no entanto, o emprego dessa técnica representa alto custo com mão de obra, podendo atingir até 15% do total dos custos de produção.
Uma outra alternativa viável econômica e ambientalmente que vem sendo aplicada para realização da polinização na cultura do cafeeiro é a introdução de colmeias nos cafezais, atualmente intitulada de polinização assistida e inteligente.
As colmeias são introduzidas nos cafezais em áreas previamente selecionadas, na época da florada principal da cultura, ficando na lavoura por aproximadamente 10 dias, e posteriormente são retiradas do campo.
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