Felipe Quevedo – Graduando em Engenharia Agronômica – Faculdade de Ensino Superior Santa Bárbara (FAESB)
Gustavo Castilho Beruski – Doutor e professor – FAESB – prof.gustavo@faesb.edu.br
Danilo Jorge Suguisawa – Pesquisador, especialista em Manejo de Solos
Francisco de Assis Ribeiro – Pesquisador e mestre em Engenharia Florestal

A cultura do milho (Zea mays) é uma gramínea do tipo C4, que tem grande importância econômica e social no mundo e no Brasil. É na segunda safra que há maior produção da cultura do milho no Brasil, todavia, é nesse período que significativas adversidades abióticas podem acometer as lavouras, como por exemplo, a baixa disponibilidade de água no solo.
Como consequências à falta de água no solo, verificam-se reduções do crescimento de raiz e parte aérea das plantas, diminuição da taxa fotossintética e impacto aos componentes da produção da cultura, como o número e tamanho de espiga, número de fileiras e massa e números de grãos por espiga.
Como evitar estresses
Existem estratégias e manejos para amenizar os efeitos que a escassez da água no ambiente agrícola causa ao milho, dentre os quais se destacam a aplicação de ácidos húmicos visando o crescimento e o desenvolvimento do sistema radicular.
Os ácidos húmicos são compostos orgânicos oriundos da decomposição de resíduos vegetais e animais do ambiente. A referida substância apresenta-se como precipitados escuros, solúveis em ácidos minerais e solventes orgânicos, possuem elevado peso molecular e capacidade de troca catiônica. Na agricultura, muitas vezes os produtos empregados apresentam-se em solução.
Tais substâncias exercem influência nas propriedades químicas, físicas e biológicas do solo. Os ácidos húmicos formam subunidades ativas com propriedades auxínicas, as quais aumentam a atividade da enzima H+ ATPases, aumentando o bombeamento de H+. Consequentemente, ocorre uma acidificação da rizosfera, promovendo o crescimento radicular da cultura do milho.
Além de melhorar as características biológicas do solo, as substâncias húmicas têm grande capacidade de reter de água, em média sete vezes seu volume. Nesses casos, a água armazenada na camada superficial do solo e permite que as raízes das plantas de milho acessem rapidamente os nutrientes disponíveis necessários para seu crescimento.
No milho
Na cultura do milho, os ácidos húmicos podem ser aplicados via tratamento de sementes, em sulco de semeadura, com solução aplicada sobre as sementes antes do fechamento do sulco de semeadura e poderá ser pulverizado de forma foliar durante o ciclo vegetativo da cultura.
É importante salientar que, em muitas situações, os ácidos húmicos são constituintes de fertilizantes elaborados associados a outros componentes, como extratos de algas e aminoácidos.
A aplicação de ácidos húmicos no cultivo de milho impacta principalmente o crescimento do sistema radicular, promovendo o aumento de biomassa e intensificando o volume de raízes laterais secundárias.
Ciência
Trabalhos científicos evidenciam que a presença de ácidos húmicos no solo estimula a síntese de auxina, promovendo a elongação das células e estimulando o crescimento das raízes. Na cultura do milho, a indução de raízes laterais, devido à aplicação de ácidos húmicos, resulta em uma maior área de contato e de absorção de nutrientes e água.
Experimentos realizados em Capela do Alto (SP), em área de cultivo de milho safrinha, evidenciaram que a aplicação de solução contendo ácido húmico foi responsável por um aumento na produtividade em aproximadamente 11 sacas por hectare cultivado. Além disso, verificou-se que sua aplicação resultou em um aumento no número médio de espigas, na altura média de plantas, no diâmetro do colmo e na massa fresca de parte aérea.
Sob outro enfoque, estudos evidenciaram que, na cultura do milho, a aplicação de ácidos húmicos aumenta a absorção de nitrato (NO3–) por suas raízes, resultando em aumento de produtividade.
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