Autores
Aline Mendes de Sousa Gouveia – Engenheira agrônoma, doutora em Agronomia/Horticultura) e professora – Centro Universitário das Faculdades Integradas de Ourinhos (UNIFIO) – aline_mendes@fio.edu.br
Veridiana Zocoler de Mendonça – Engenheira agrônoma e doutora em Agronomia/Energia na Agricultura – UNESP/FCA – veridianazm@yahoo.com.br

Para melhorar o rendimento das culturas, sem impactar negativamente o meio ambiente em diversas regiões do mundo, produtos à base de algas marinhas têm sido cada vez mais aplicados na agricultura.
O uso de extratos concentrados de algas marinhas (ECAM) como biofertilizantes e/ou bioestimulantes mostra-se uma alternativa na produção de alimento livre de resíduos químicos. Apresentam em sua composição os macro (N, P, K, Ca, Mg, S) e micronutrientes (Cu, Zn, Mn, B e Co), além de aminoácidos, vitaminas (B1, B2, C e E) e fitohormônios, como as citocininas, auxinas, giberelinas, betainas e laminarinas.
Seu uso revela um potencial muito interessante, uma vez que promove o aumento na produção de fitoalexinas, compostos com propriedades antimicrobianas em plantas hortícolas e frutíferas. Outros efeitos benéficos relacionam-se à assimilação de nutrientes, por ajudar no transporte de micronutrientes e vitaminas que melhoram os processos fotossintéticos.
Dessa forma, podem alterar o crescimento das plantas, estimulando a expansão celular e aumentando o conteúdo de clorofila, na síntese de proteína, como a melhora da germinação, crescimento e rendimento em plantas cultivadas.
Maior tempo de prateleira do tomate
Pesquisas sobre a utilização de extratos de algas no processo pós-colheita de tomate estão em fase incipiente. Entretanto, alguns estudos revelaram que o uso de extratos de algas melhora a qualidade dos frutos de tomate, por ter em sua composição potássio (K) e cálcio (Ca), macronutrientes indispensáveis para a produção de frutos.
Estes são frutos de tamanho uniforme, cores mais intensas, mais resistentes ao transporte, por serem mais firmes, com altos teores de sólidos solúveis (°Brix) e maior durabilidade pós-colheita, em torno de 30%.
Manejo
Dos três grupos principais de macroalgas, as Ascophyllum nodosum e Ecklonia maxima são as mais comumente usadas na agricultura. Tradicionalmente, os produtores utilizam algas marinhas, frescas ou secas, como adubo ou composto. Mais recentemente, os produtores começaram a usar produtos comerciais de extrato de algas marinhas como sprays foliares e/ou aplicados ao solo em concentrações que variam 0,2 a 0,5%, de acordo com o fabricante do produto.
De forma geral, a época de aplicação varia com a destinação do produto. Para tomate de mesa pode-se trabalhar da seguinte forma: no transplantio da muda, fazer uma solução de 1:2.000 ppm de extrato de alga e imergi-la por 10 min, com posterior plantio no canteiro. Outra forma seriam aplicações foliares na pré-florada; no pegamento do fruto; 14 dias após o pegamento; 30 dias após o pegamento; entre dois e três dias de cada colheita.
Para processamento industrial de tomate, aplicações foliares com a planta entre 15 a 20 cm de altura; na primeira pré-florada; no primeiro pegamento do fruto e opcional 14 dias depois do pegamento do fruto.
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