Demanda brasileira ganha folga com a expectativa de boa produção e o retorno das exportações do cereal na Argentina sem limite diário
Com a expectativa do Brasil atingir boa produção de milho e a desistência do governo argentino de limitar as exportações de cereal pelo país, os receios quanto a disponibilidade do grão foram reduzidos. “Apesar disso, a demanda chinesa por milho deverá continuar no radar dos agentes, visto que o país asiático poderá recorrer ao cereal brasileiro”, pondera o analista de inteligência de mercado da StoneX, João Lopes.
Os números divulgados pelo grupo nesta segunda-feira (01) indicam um volume mais confortável para os estoques finais 2020/21, de 14,70 milhões de toneladas (contra 9,78 mi ton no ciclo anterior). Contudo, ainda será necessário acompanhar de perto o desenvolvimento da safrinha, que está sujeita a maiores riscos. A produção brasileira de milho para a segunda safra segue estimada em 82,38 milhões de toneladas pela StoneX, mesmo número divulgado na revisão anterior, em janeiro.
“As condições climáticas em fevereiro, principalmente no Centro-Oeste, serão fundamentais para a produção de milho nesta temporada”, alerta o analista Lopes. “Já é esperado que uma parte considerável da safrinha seja semeada fora da janela ideal de plantio e caso o clima prejudique o avanço da colheita de soja na região, os riscos para a safra de inverno poderão ser intensificados”.
Considerando as estimativas da StoneX para a safra de verão (no qual houve aumento de 25,32 para 26,20 milhões de toneladas), de inverno e o número da Conab para a terceira safra, de 1,64 milhão de toneladas, as expectativas para a produção total no ciclo 2020/21 também foram elevadas para 110,22 milhões de toneladas, contra 109,34 milhões na última estimativa.