Autores
Rafael Rosa Rocha – Engenheiro agrônomo e mestrando em Ambiente e Sistemas de Produção Agrícola – Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT) – rafaelrochaagro@outlook.com
Tiago Yukio Inoue – Engenheiro agrônomo e mestrando em Genética e Melhoramento de Plantas – Universidade Federal de Lavras (UFLA) – tiagoyukio2014@live.com.pt
Fernanda Lourenço Dipple – Zootecnista, engenheira agrônoma, mestra em Ambiente e Sistemas de Produção Agrícola e professora – UNEMAT – fernanda.dipple@gmail.com
A batata-doce (Ipomoea batatas (L.) Lam) é uma hortaliça que está em sublime alta, principalmente pelo público fitness e atletas por motivos de seus diversos benefícios à saúde, tanto por suas características nutritivas e funcionais.
Já para os produtores, suas aptidões geram nichos de potencial de mercado diversos, podendo ser utilizada na alimentação animal (raízes e parte aérea), na produção de álcool (raízes), matéria-prima para fármacos e produtos alimentícios com alto potencial nutritivo (composição das folhas de cultivares melhoradas), proporcionando oportunidades e flexibilidade para maior lucratividade para os produtores.
Produção mundial e nacional
A produção mundial de batata-doce em 2018, segundo a FAO, foi de quase 92 milhões de toneladas, cultivadas em uma área de 8,06 milhões de hectares, apresentando uma produtividade média de 11,40 t/ha-1.
Os países em desenvolvimento são os maiores produtores, tendo o continente Asiático e Africano como principais continentes produtores. A China é o principal produtor mundial, com quase 76% da produção mundial e produtividade média de 21,3 t/ha-1.
No Brasil, atualmente, está entre as quatro hortaliças mais consumida e vem ganhando espaço na alimentação dos brasileiros. Os dados mais atualizados pelo IBGE informam que em 2018 foram produzidas 741.203 toneladas, em 53.024 hectares, o que proporcionou uma produtividade de 13,99 t/ha-1.
No Brasil, as principais regiões produtoras são Nordeste, Sul e seguido do Sudeste, tendo em média 43,61%, 30,79% e 23,18%, respectivamente, de toda produção do País em 2018. O Rio Grande do Sul é o maior produtor, com 12.779 hectares destinados a essa atividade, com rendimento de 175.060 toneladas.
Esse interesse crescente pela batata-doce no mundo e no Brasil reflete no crescimento da área plantada, na demanda e utilização de tecnologias para o aumento de produtividade, porém, quando se trata de valor gasto com a produção, deseja-se reduzir custos e aumentar a lucratividade.
Versatilidade
Este desenvolvimento produtivo posicionou a batata-doce como o sétimo alimento básico e safra alimentícia mais importante do mundo. Isso também é graças a suas riquezas, pois a mesma possui fitonutrientes únicos, como batatinas, batatosídeos e proteínas de armazenamento chamadas esporaminas, que possuem propriedades antioxidantes exclusivas e potencialmente benéficas à saúde.
E pode ser consumida de diversas formas, como cozida, assada ou em forma de ‘chips’. Na indústria, é usada como matéria-prima para fabricação de doces, amido de alta qualidade e, além disso, a batata-doce também é utilizada como fonte de energia.
Com relação à produção de biocombustível, destaca-se a importância da batata-doce frente à cultura da cana-de-açúcar, que produz 80 litros de etanol por tonelada, enquanto a batata-doce produz 158 litros por tonelada; ressaltando o uso de genótipos adaptados e melhorados para essa aptidão, como a BRS Fepagro Viola, que produz de 60 a 80 toneladas de raízes por hectare.
Estudos realizados com cultivares melhoradas para a produção de etanol mostram que as folhas apresentam compostos como o ácido elágico de alto interesse farmacológico, podendo gerar uma renda extra para produção de biocombustíveis à base de I. batatas, em que as raízes tuberosas seriam destinadas para a produção de etanol e a parte aérea para extração de substâncias farmacológicas.
Tem também o benefício de poder ser aproveitada na alimentação animal in natura, ou até resíduo de processamento e as ramas (parte aérea) no preparo de silagem ou feno. Contudo, a composição química da batata-doce pode variar com a cultivar, condições de clima e solo, manejo cultural, época de colheita e armazenamento na pós-colheita.
As biofortificadas e as ricas em antocianinas
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