Amanda Carvalho Penido – apenidoufla@gmail.com
Debora Kelli Rocha – deborarocha.agro@gmail.com
Engenheiras agrônomas, mestras e doutorandas em Produção e Tecnologia de Sementes – Universidade Federal de Lavras (UFLA)
O uso de bioestimulantes na agricultura já se soma quatro décadas, e ainda não se tem um conceito definido para essas substâncias. Aceito como parte do conceito de biorregulador, consiste em um composto orgânico, não nutriente, que ao aplicado na planta, mesmo em baixas concentrações, promove, inibe ou modifica processos morfológicos e fisiológicos do vegetal.
Seguindo esta linha de raciocínio, bioestimulantes referem-se às misturas de dois ou mais reguladores vegetais, ou de reguladores vegetais com outros compostos de natureza bioquímica diferente (aminoácidos, nutrientes, vitaminas).
O termo bioestimulante não é definido na legislação brasileira. De fato, não há classe de produtos bioestimulantes, levando em consideração o registro de produtos fitossanitários. Contudo, produtos contendo componentes bioativos com efeitos estimulantes, que promovam o crescimento, desenvolvimento, aumento da produtividade e qualidade, aumento da tolerância aos estresses abióticos, não sendo agroquímicos ou exclusivamente fontes de nutrientes, são contemplados no Decreto 4.954 de 14 de janeiro de 2004, da legislação de fertilizantes, na classe de “Biofertilizantes”, sendo, nesse texto legal, biofertilizante definido como: “produto que contém princípio ativo ou agente orgânico, isento de substâncias agrotóxicas, capaz de atuar, direta ou indiretamente, sobre o todo ou parte das plantas cultivadas, elevando a sua produtividade, sem ter em conta o seu valor hormonal ou estimulante”.
Principais componentes dos bioestimulantes
Na composição dos bioestimulantes existem alguns compostos que podem ser utilizados de maneira individual ou em conjunto, de maneira a garantir a eficiência do produto. Os principais componentes utilizados são: os hormônios vegetais, com capacidade de estimular os processos fisiológicos vegetais; os micronutrientes, que estão atrelados à fertilidade do solo e trazem como principais componentes o molibdênio, cobalto, boro e zinco; os microrganismos, estes que atualmente têm sido muito utilizados na agricultura como agentes de controle biológico para aumentar a produtividade e reduzir a pressão de pragas e doenças; as substâncias húmicas e fúlvicas, que são constituintes de matéria orgânica dos solos, com função de condicionadores do solo, melhorando o aproveitamento da adubação mineral e favorecendo o crescimento das plantas.
Benefícios e vantagens de utilização
Os bioestimulantes, além de possuírem diversos constituintes, podem ter diferentes formas de aplicação, sendo elas: aplicação via solo, via tratamento de sementes ou via foliar. Já existem vários estudos que indicam quais tipos de bioestimulantes funcionam melhor para os diferentes estresses abióticos, principalmente os estresses hídrico, salino e altas temperaturas.
Além disso, fatores como dose e manejo nas aplicações também são importantes para aumentar a eficiência do produto. Considerados como um complemento aos métodos tradicionais de produção de grãos, os bioestimulantes foram inseridos em sistemas de produção com o objetivo de modificar os processos fisiológicos em plantas de forma a otimizar a produtividade.
O uso destes produtos atualmente tem se tornado uma boa ferramenta para o agricultor, pois pode auxiliar no melhor metabolismo das plantas, além de melhorar a resistência e, consequentemente, incrementar a produtividade.
Leia mais
Para ler o restante deste artigo você tem que estar logado. Se você já tem uma conta, digite seu nome de usuário e senha. Se ainda não tem uma conta, cadastre-se e aguarde a liberação do seu acesso.