Marina Scalioni Vilela – Engenheira agrônoma, mestra em Agronomia/Fitotecnia e doutoranda em Agronomia/Fitotecnia – Universidade Federal de Lavras (UFLA) – marinasv3p@gmail.com
Mauro Magalhães Leite Faria – Engenheiro agrônomo, mestrando em Agronomia/Fitotecnia e servidor técnico agropecuário da UFLA – mauro.faria@ufla.br
Otávio José de Figueiredo – Engenheiro agrônomo e mestrando em Agronomia/Fitotecnia – UFLA – otaviofigueiredo460@gmail.com

A busca por cafés produzidos de forma sustentável é crescente, pelos quais há grande preocupação com a origem dos grãos. Nesse sentido, o mercado de cafés orgânicos certificados vem aumentando constantemente nos últimos anos, nos quais a responsabilidade com os aspectos sociais e ambientais, como os sistemas de produção adotados, são levados em consideração.
Mais rentabilidade
Os produtores aderem ao sistema de produção orgânica de café em busca do mercado justo (‘fair trade’), com base nos princípios da agricultura agroecológica, sem a adoção de modelos pré-estabelecidos, mas devido à preocupação com o meio ambiente, questões sociais envolvidas na produção, além de ser economicamente viável.
Dentre os benefícios econômicos do certificado de café orgânico, destaca-se a agregação de valor da saca, com preço superior ao café convencional, e a independência dos mercados de comodities por meio de estratégias alternativas de acesso ao mercado.
Geralmente os cafés orgânicos apresentam um ágio de 30 a 50% em relação ao preço dos cafés convencionais, porém, a comercialização de cafés orgânicos, em sua maioria, não responde diretamente às tendências de mercado devido à alta procura dos compradores e baixa oferta do produto.
Manejo
Antes da implantação da cafeicultura orgânica, é muito importante que o produtor se conscientize a respeito dos princípios e normas relacionadas ao modelo de cultivo, para então dar início à transição do sistema convencional para o orgânico.
Como na produção orgânica é exigida a certificação especial, este período é essencial para que os produtores possam fazer as adequações e melhorias necessárias. Em pequenas propriedades a conversão pode ser de no mínimo 18 meses, enquanto em propriedades maiores e tecnificadas este período chega a ser de três anos.
Normalmente, durante a conversão os interessados elaboram, juntamente com o órgão certificador, um projeto que contempla um plano anual de execução, o qual tem como principal função auxiliar os produtores no manejo e domínio das novas técnicas. Durante esse período de conversão, os produtos (cafés) continuam sendo comercializados como comodities, até o recebimento do selo de comprovação de produto orgânico.
Após o início do período de transição, a aplicação de fertilizantes minerais é imediatamente sessada e substituída por produtos naturais, como: estercos, compostos, biofertilizantes, que passam a fornecer os nutrientes exigidos pelas plantas para sua manutenção e produção. No caso das pragas e doenças do cafeeiro, as caldas bordalesa e sulfocálcica, adicionadas a preparados como o bokashi, são utilizadas em substituição aos agrotóxicos.
Integração nas operações
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