Encerrando a safrinha já é hora de planejar a próxima. Um dos elementos que devem ser levados em conta é a correção do solo, custo que, segundo especialistas, deve ser mantido. O calcário, atualmente 2,7% dos custos de produção da soja estimados para a safra 2020/21, pode se transformar em ganhos de até 20% no volume de grãos colhidos.
Um levantamento que reúne a análise de mais de 249 mil amostras de solo de municípios de Mato Grosso no período de 2016 a 2019 revela uma crescente nas condições favoráveis à produtividade. Isso porque a avaliação comparada dos índices do chamado V% (percentagem de saturação por bases) indicam um manejo mais assertivo da acidez do solo, naturalmente alta nos solos mato-grossenses.
Aliado a isso, pesquisas científicas comprovam que a aplicação de calcário em doses customizadas ao tipo de solo da região elevam o V% e, consequentemente, os índices de produtividade.
O levantamento feito com amostras de solo cedidas por três laboratórios com atuação no Estado mostra que resultados mais altos de V%, acima de 65%, eram pífios no solo para as safras 2016 e 2017, atingindo então um volume de apenas 6% das amostras, conjunto elevado para 14% das porções de solo analisadas em 2018 e 2019.
O universo de exemplares com V% acima de 45% subiu de 58% do total de amostras analisadas em 2016 e 2017 para 61% nas duas safras seguintes. Em números absolutos, mais de 59 mil amostras passaram a apontar índices maiores de fertilidade do solo.
De acordo com mais recente boletim da soja divulgado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária, o Imea, o custo médio com corretivo de solo é de R$ 66 por hectare na safra 2020/2021, o que significa 1,62% do custo total de produção, calculado em R$ 4.054,9 o hectare.
Foco
O presidente do Sindicato das Indústrias de Extração de Calcário de Mato Grosso (Sinecal-MT), Kassiano Riedi, ressalta que os agricultores, nos últimos anos, têm se preocupado cada vez mais com a calagem.
Pesquisador radicado em Sinop, o engenheiro agrônomo e professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) Anderson Lange lembra que investir em calcário é investir na produtividade da soja. A afirmação é pautada em quatro anos de estudos numa área experimental no Norte do Estado.
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