Vanessa Alves Gomes – Engenheira agrônoma, mestre em Fitopatologia e doutora em Proteção de Plantas – UNESP – vavvgomes@gmail.com
Carolina Alves Gomes – Engenheira agrônoma e mestranda em Produção Vegetal – UFV/CRP – carol.agomes11@gmail.com
No cultivo do milho safrinha é possível observar a aparição de diversas doenças e insetos-pragas nas lavouras. Um inseto-praga que vem ganhando espaço, devido a sua grande importância, é a cigarrinha (Dalbulus maidis).
A cigarrinha é capaz de introduzir um complexo de doenças na cultura do milho. Durante a alimentação da cigarrinha na cultura do milho, o inseto é capaz de adquirir dois tipos de patógenos, vírus e molicutes (microrganismos procariotos, semelhantes às bactérias). Dessa forma, após a aquisição desses patógenos, nas próximas alimentações, o inseto se comporta como um vetor e realiza a transmissão das doenças causadas por eles.
O complexo de doença mencionado acima é composto por dois molicutes, o causador do enfezamento pálido (Spiroplasma kunkelii) e o enfezamento vermelho (Maize Bushy Stunt Phytoplasma). Além disso, temos o vírus do raiado fino (MRFV – Maize rayado fino virus).
Sintomas
Há uma dificuldade de identificar os sintomas causados por esses três patógenos de forma isolada nas plantas. Normalmente, o enfezamento vermelho causa clorose marginal nas folhas, seguido por um avermelhamento, já o enfezamento pálido causa estrias cloróticas nas folhas, assim como os sintomas do vírus.
Há uma redução do porte das plantas, redução da absorção e assimilação de nutrientes, redução na capacidade de produção de fotoassimilados, encurtamento dos entrenós, multiespigamento, espigas improdutivas, grãos chochos e mal granados, levando a reduções da produtividade do milho safrinha.
O ciclo da cigarrinha dura em média 25 – 30 dias, considerando uma temperatura média de 25ºC. Normalmente, as fêmeas realizam a oviposição nas nervuras centrais das folhas, bem no interior do cartucho, cerca de 500 ovos/fêmea.
Após a emergência das ninfas elas permanecem no interior dos cartuchos do milho para ficarem mais protegidas. Os adultos apresentam uma longevidade que pode chegar a oito semanas, e são eles que saem em busca de alimento, e ao succionar a seiva para sua alimentação iniciam o processo de aquisição e transmissão do complexo de doença.
Sob controle
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