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quarta-feira, janeiro 22, 2025
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Cobre líquido

Aldeir Ronaldo Silva Engenheiro agrônomo e doutorando em Fisiologia e Bioquímica de Plantas – ESALQ/USPaldeironaldo@usp.br

Fábia Barbosa da SilvaBióloga, doutora em Fisiologia e Bioquímica de Plantas – ESALQ/USPfabiabarbosa@alumni.usp.br

Tomate – Crédito: Shutterstock

O cobre (Cu) é um elemento essencial para humanos e plantas quando presente em baixas quantidades, enquanto altas concentrações podem exercer efeitos prejudiciais (Kumar et al., 2020). Em tecidos vegetais, a quantidade satisfatória para que o Cu regule processos fisiológicos e auxilie no crescimento da planta varia em torno de 5,0 – 30 mg kg-1 (Wuana e Okiemen, 2011).

Mas, também, essa capacidade antioxidante ao mesmo tempo torna o Cu potencialmente tóxico, como íons Cu, que podem catalisar a produção de radicais livres (Hansch et al., 2009, Ivask et al., 2010), induzir o estresse oxidativo (Valko et al., 2005) e se converter em substâncias genotóxicas (Ahamed et al., 2010).

Entretanto, esse micronutriente desempenha função importante na assimilação de CO2 e produção de ATP durante o processo fotossintético. Isso porque é o principal constituinte de proteínas como a plastocianina e o citocromo oxidase da cadeia transportadora de elétrons para a fotossíntese (Zen et al., 2019).

Ação

A aplicação de Cu tem sido bastante utilizada para aumentar o rendimento e a qualidade de frutos de tomate devido ao seu efeito no aumento da produção de compostos oxidantes como vitamina C, fenóis totais, licopeno e flavonoides (López-Vargas et al., 2018; Cumplido-Nájera et al., 2019).

Entre esses compostos, o licopeno é um dos principais carotenoides nos frutos do tomate e também é um dos principais antioxidantes (Klunklin e Savage, 2017). Diversos estudos têm observado o aumento de licopeno em frutos após a aplicação de Cu (Juarez-Maldonado et al., 2016; Cumplido-Nájera et al., 2019).

O Cu também pode induzir a ativação de enzimas antioxidantes de defesa, que são importantes na rota de detoxificação de espécies reativas de oxigênio (EROs), como a superóxido dismutase (SOD), a catalase (CAT) e a peroxidase do ascorbato (APX) (Pradhan et al., 2015; Juarez-Maldonado et al., 2016; Cumplido-Nájera et al., 2019).

As EROs têm um papel duplo que depende da duração, local e concentração. Uma concentração baixa atua como um sinal e gera uma resposta ao estresse nas plantas, como a ativação do sistema de defesa antioxidante, enquanto uma concentração maior interrompe a homeostase celular, que produz dano oxidativo às proteínas, DNA e lipídios (Shaw et al., 2014).

Portanto, a aplicação de compostos como o Cu, que pode induzir o aumento de compostos antioxidantes enzimáticos e não enzimáticos, é essencial para reduzir os danos causados pelo estresse oxidativo e, consequentemente, proporcionar às plantas maior capacidade de tolerar estresses abióticos e bióticos.

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