Talita Silveira Amador – Bióloga, mestre e doutora em Botânica, docente – Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal, Garça (SP) – talitamador@hotmail.com
Izabela Ponso Magalhões – Discente no curso de Engenharia Agronômica – Unesp-FCAT, Dracena-SP.
Santiago Noronha Alves da Silva – Biólogo e mestrando em Biodiversidade e Meio Ambiente – Instituto de Botânica (IBt), São Paulo (SP) – san.noronha.alves@gmail.com

A coinoculação é um método eficiente para potencializar a fixação de nitrogênio e o maior desenvolvimento vegetal nos cultivos de soja e feijão, substituindo a aplicação de fertilizantes nitrogenados, pois utiliza diferentes microrganismos combinados, rizobactérias ou rizóbios, que promovem o crescimento das plantas em uma interação benéfica conhecida como simbiose.
Os gêneros de rizobactérias mais comuns utilizados na coinoculação são Bacillus, Pseudomonas e Azospirillum. As bactérias do gênero Bradyrhizobium, quando em simbiose com plantas de soja, são capazes de suprir toda a demanda de nitrogênio que o vegetal necessita durante seu ciclo no campo por meio da fixação biológica do elemento.
Benefícios para a soja e feijão
Ao realizar a técnica de coinoculação com estirpes de Azospirillum as plantas conseguem ter um melhor desenvolvimento, por meio de um maior crescimento devido a esse grupo de microrganismos que são responsáveis por, em associação com os vegetais, produzirem fitorreguladores de crescimento, tais como giberelinas, auxinas, citocininas e etileno.
Além disso, proporcionam uma indução de resistência a essas plantas, tanto a doenças quanto a estresses ambientais. A ação conjunta dos microrganismos favorece o desenvolvimento de raízes, garantindo maior absorção de nutrientes e água do solo e, consequentemente, proporciona um aumento no crescimento das folhas e na produção dos grãos, sendo uma tecnologia altamente rentável ao produtor.
Assim, utilizando esses microrganismos no campo, tem-se a tendência de aumentar os ganhos de produtividade devido aos benefícios oferecidos pelos mesmos, sendo que esses ganhos podem elevar o rendimento da soja em até 13,3%, quando comparada ao material não inoculado (Sordi et al., 2017) e aumento de 11% de produção no feijoeiro em relação à produção utilizando fertilizantes nitrogenados (De Oliveira, 2018), além de ser economicamente eficiente, já que não apresenta custos elevados para sua implantação.
Como implantar a técnica
O manejo de aplicação depende da forma que o inoculante está preparado, sendo comum encontrar inoculantes líquidos e turfosos, e mais recentemente em gel. O inoculante líquido pode ser facilmente aplicado nas sementes ou pelo sulco de semeadura, diferentemente do inoculante turfoso, que só pode ser aplicado nas sementes.
É importante ressaltar que para uma aplicação eficaz e resultados promissores, os microrganismos devem ser inoculados nas doses recomendadas e cada um pode ter uma dosagem específica, além do que, o local onde os inoculantes são aplicados deve ser coberto e sem exposição ao calor, em condições adequadas de umidade e temperatura e no período mais próximo da realização da semeadura para que não inviabilize os microrganismos, pois essas bactérias podem perder sua efetividade se o manejo for incorreto.
Em termos de produtividade
A técnica tem baixo custo, enquanto os resultados demonstram alta rentabilidade. Uma produção de soja e feijão em que foi utilizada a coinoculação certamente terá maiores ganhos, sendo isto relacionado à ação conjunta dos microrganismos que proporcionam um maior desenvolvimento da planta, tendo como ponto de partida as raízes que, ocupando uma área maior e em maior quantidade, absorvem mais nutrientes e água, além da fixação do nitrogênio e a garantia de resistência ao estresse hídrico.
Tudo isso leva a planta a ter um aumento de sua produtividade. Obviamente isso desencadeia um efeito cascata na planta, que tem aumento nas folhas, causando maior absorção da luz e produção na fotossíntese, gerando finalmente, no período de colheita, um aumento na quantidade de grãos.
Algumas pesquisas demonstram que esse incremento na produtividade em plantas de soja coinoculadas pode ser em média de 16 e de 20% em feijoeiro.
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