Autores
Laís Sousa Resende – Engenheira agrônoma, mestra e doutoranda em Fitotecnia – ESALQ/USP – sialresende@gmail.com
Ademilson de Oliveira Alecrim – Engenheiro agrônomo, mestre e doutor em Fitotecnia – Universidade Federal de Lavras (UFLA) – ademilsonagronomia@gmail.com

Por definição, planta daninha é qualquer planta que ocorre onde não é desejada. Também são conhecidas como mato, erva daninha ou plantas invasoras. Essas plantas desenvolveram características para crescer e se desenvolver em condições desfavoráveis.
Como consequência, possuem atributos para assegurar a perpetuação da espécie, como a alta produção de sementes, a dormência e a germinação desuniforme. Tais fatores contribuem para que sejam agressivas e altamente competitivas com a cultura principal.
Dentre as diversas plantas daninhas nos sistemas agrícolas, na cultura do café é comum encontrar as seguintes: buva (Conyza spp.), capim amargoso (Digitaria insularis), trapoeraba (Commelina benghalensis), guanxuma (Sida spp.), caruru (Amaranthus spp.), tiririca (Cyperus spp.), corda-de-viola (Ipomoea spp.), melão-de-são-caetano (Momordica charantia), picão preto (Bidens pilosa), capim pé-de-galinha (Eleusine indica), losna-branca (Parthenium hysterophorus), dentre outras.
Prejuízos
A competição dessas plantas com o cafeeiro ocorre principalmente por água, luz e nutrientes. Além disso, as plantas daninhas também podem ser hospedeiras secundárias de pragas e doenças e dificultar operações como a aplicação de defensivos, a colheita e a varrição.
Outro fator é a redução da qualidade dos grãos devido à restrição de recursos essenciais para sua formação e também pela presença de impurezas. Sendo assim, o principal impacto negativo da ocorrência de plantas daninhas em cafezais é a redução da produtividade, da rentabilidade do produtor e do aumento dos custos de produção.
Apesar das plantas daninhas trazerem inúmeras desvantagens sobre a cultura do cafeeiro, em algumas situações podem ser benéficas. Isso pode ser explicado, pois durante o ciclo do café não é necessário manter toda a área limpa durante todo o ano, com exceção da região da projeção da copa (“saia”), que deve ser sempre livre de plantas daninhas, pois nessa área são feitas as adubações e é onde está a maioria das raízes do cafeeiro.
Com o manejo correto do mato, pode-se evitar a erosão, reduzir temperaturas excessivas do solo e aumentar a retenção de umidade. Outro ponto a ser considerado é que quando essas plantas são controladas por métodos manuais, mecânicos ou químicos, a cobertura morta sobre o solo, ao entrar em decomposição, pode incrementar os teores de matéria orgânica e de nutrientes.
Épocas de controle
O controle deve ser realizado quando essas plantas estão, de alguma forma, prejudicando a cultura principal. No caso do café, a interferência negativa está associada ao fato de as plantas daninhas ocorrerem durante o período de florescimento e frutificação, ou seja, na época em que o cafeeiro possui alta demanda dos recursos básicos do ambiente, como água e nutrientes para o “vingamento” da florada, expansão e granação dos frutos. Essa época, para o Sul de Minas Gerais, coincide com o período chuvoso do ano (outubro a março).
Para lavouras novas, da implantação até a idade de dois anos, o controle deverá ser rigoroso nas linhas de plantio, pois devido ao crescimento lento da cultura a competição das plantas invasoras com a cultura principal pode ser danosa. Isso se deve ao fato de a grande área do solo livre favorecer a infestação e o crescimento do mato.
Manejo preventivo
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