
Paula Almeida Nascimento
Engenheira agrônoma e doutoranda – Universidade Federal de Lavras (UFLA)
paula.alna@yahoo.com.br
Segundo a Embrapa, as recomendações para a redução de perdas pós-colheita são as seguintes:
• A colheita deve ser realizada de manhã cedo, quando a temperatura estiver mais amena e, no caso das frutas, estas devem estar firmes;
• Os produtos hortícolas devem ser colhidos e manuseados adequadamente, a fim de evitar danos mecânicos;
• Deve-se evitar o empilhamento excessivo de frutas e hortaliças em embalagens;
• Deve-se proceder à higienização dos recipientes e utensílios utilizados na colheita e no armazenamento dos hortifrutícolas;
• É necessária a correta lavagem das mãos dos trabalhadores com água e sabão antes da colheita, bem como a disponibilização de banheiros próximos aos locais de colheita;
• O ponto de colheita deve ser adequado, sendo que algumas cultivares devem ser colhidas em estado de maturação menos avançado, quando para mercados mais distantes, e outras com maturação mais avançada, para mercados mais próximos;
• Deve haver remoção do calor de campo dos produtos hortifrutícolas, realizando-se um pré-resfriamento;
• A refrigeração dos hortifrutícolas após a colheita deve ser rápida.
Perdas nas diferentes etapas da cadeia hortifrutícola:
• Falta de controle na quantidade de água utilizada na irrigação, lavagem e resfriamento dos produtos;
• Aplicação exagerada de agroquímicos (fertilizantes, agrotóxicos, etc.), uso de produtos sem registro e falta de controle dos prazos de carência;
• Falta de local apropriado para armazenar as embalagens dos agroquímicos. Normalmente, as embalagens são colocadas no chão e próximo às culturas;
• Utilização de jornais velhos e palha para acondicionar os produtos folhosos;
• Práticas inadequadas de colheita (colheita em dias chuvosos; falta de instrumentos e utensílios adequados à colheita; falta de sanitização frequente dos instrumentos para colheita, etc.);
• Má colocação dos produtos nas embalagens (excesso de produto, fechamento);
• Frota de caminhões antiga e com sistema de suspensão que não amortece os impactos;
• Falta de armazenagem frigorificada na época da safra;
• Legislação trabalhista atual (seguro desemprego desencoraja a manutenção do trabalhador no emprego, implicando em alta rotatividade da mão-de-obra, que não é suficientemente qualificada);
• Alto custo das embalagens;
• Divergência de critérios entre o pessoal responsável pela compra do produto e o pessoal responsável pela sua recepção no local de venda;
• Falta de contentores forrados adequadamente para as frutas e hortaliças destinados ao mercado interno (ex: plásticos-bolha, utilizados somente nos frutos destinados à exportação);
• Caminhões inadequados (lonados) usados para hortifrutícolas destinados a cidades próximas e para consumo rápido;
• Caixas com produtos hortifrutícolas não paletizadas;
• Carregamento realizado, caixa por caixa, ao sol;
• Exigências dos supermercados não só em relação aos produtos, mas, também, aos serviços (frete, descarregamento, reposição, degustação, promoções e 8% de descontos decorrentes de reposição financeira, custos administrativos na comercialização e perdas);
• Manuseio inadequado com mistura de cargas de diferentes espécies na câmara frigorífica;
• Cargas mistas (diferentes mercadorias) no mesmo veículo de transporte;
• Falta de proteção nos caminhões para evitar a trepidação;
• Mão de obra não qualificada para as operações de raleio, toalete, etc.;
• Estradas mal pavimentadas;
• Frutas e hortaliças colhidas com diferentes estádios de maturação, queimadas pelo sol e com defeitos aparentes;
• Falta de embalagem adequada para o consumidor;
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