Claudia Aparecida de Lima Toledo – Engenheira agrônoma e doutoranda em Agronomia/Proteção de Plantas – UNESP – claudia.lima.toledo@gmail.com
Franciely da Silva Ponce – Engenheira agrônoma e doutoranda em Agronomia/Horticultura – UNESP – francielyponce@gmail.com
Santino Seabra Júnior – Engenheiro agrônomo, PhD e professor – Universidade Estadual do Mato Grosso (UNEMAT) – santinoseabra@hotmail.com
Rafael Rosa Rocha – Engenheiro Agrônomo e mestrando em Ambiente e Sistemas de Produção Agrícola – UNEMAT – rafaelrochaagro@outlook.com
Regiane Cristina de Oliveira – Engenheira agrônoma, PhD e professora – UNESP – regiane-cristina.oliveira@unesp.br
As brocas-das-cucurbitáceas Diaphania nitidalis e D. hyalinata (Lepidoptera: Crambidae) são consideradas pragas-chaves, danificam as folhas, caules e frutos, podendo proporcionar danos que comprometem até 100% da produção de melancia, melão, abóbora, pepino, entre outras.
Podem ocorrer simultaneamente nos cultivos, alimentando-se de toda a planta, diferindo quanto à preferência na alimentação. A D. nitidalis broca folhas, brotos e hastes, mas preferencialmente os frutos, causando galerias e inviabilizando a comercialização. Por outro lado, a D. hyalinata prefere as folhas, reduzindo significativamente a área fotossintética.
Em alta infestação, são capazes de causar desfolha total da planta, além de danos em brotos jovens, hastes e na casca dos frutos.
Como identificar as brocas
Quando adultas, as brocas são mariposas de hábito noturno, e apresentam diferenças principalmente na coloração da asa, sendo que a Diaphania nitidalis possui asas com coloração marrom-violáceo e centro amarelo semi-transparente e a D. hyalinata apresenta asas com coloração marrom-violáceo e centro com coloração branca semi-transparente.
A prática mais eficiente para monitoramento é a avaliação das plantas nos estágios iniciais de floração e frutificação, observando a presença de lagartas e danos nas folhas.
Infestação
Dentre os fatores que proporcionam maior infestação, podemos destacar:
• O monocultivo, que proporciona a permanência das pragas e doenças na área de cultivo. A rotação de culturas ou o uso de plantas de cobertura de solo, como gramíneas, auxilia na quebra do ciclo das pragas.
• A presença de cucurbitáceas espontâneas na área de cultivo servirá de alimento para a praga, possibilitando a permanência e reprodução dos insetos.
• A não destruição dos restos culturais e frutos brocados favorece a permanência das pragas na área. Além disso, as lagartas presentes nos restos culturais tornam-se adultos, infestando as novas plantas.
• O controle tardio da praga permite que haja muitas perdas na produção, mas também aumento significativo dos insetos, aumentando a infestação.
Controle preventivo e curativo
O método de controle mais utilizado para broca-das-cucurbitáceas é o químico, do início ao fim do ciclo de cultivo. Muitas vezes esse controle se faz preventivamente devido à dificuldade de encontrar os insetos adultos na lavoura.
Mas, o uso de inseticidas sintéticos de forma indiscriminada favorece a seleção de insetos resistentes, surtos de novas pragas, contaminação do ambiente e do homem, além de elevar o custo de produção.
Além disso, o uso de alguns inseticidas pode matar e repelir insetos polinizadores, como abelhas, essenciais para a polinização e formação de frutos na maioria das cucurbitáceas. As pulverizações de inseticidas ocorrem geralmente no estágio de floração, sendo mais aconselhável o emprego de inseticidas seletivos, evitando e organofosforados e piretroides.
Além disso, é importante realizar as aplicações no final do dia. O controle deve ser feito no início da infestação, fazendo uma cobertura total da planta, com jato direcionado para os frutos e flores. Sendo assim, o produtor deve monitorar constantemente a lavoura para que possa encontrar a praga nos estágios iniciais.
No controle químico, usualmente se utilizam os ingredientes ativos para o controle de D. nitidalis: Indoxacarbe, Clorantraniliprole, Lufenurom, entre outros. Já para a D. hyalinata utiliza-se: Espinetoram e Espinosade (http://agrofit.agricultura.gov.br/).
O Bacillus thuringiensis
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