Franscinely Aparecida de Assis – Doutora em Entomologia e professora do Curso de Agronomia – Centro Universitário de Goiatuba (UniCerrado) – franscinelyassis@unicerrado.edu.br
Vanessa Andaló – Doutora em Entomologia e professora do Curso de Agronomia – Universidade Federal de Uberlândia (UFU) – vanessaandalo@ufu.br
A cochonilha-de-placa Orthezia praelonga (Hemiptera: Ortheziidae), conhecida como ortézia, é de grande relevância na citricultura, em função dos danos econômicos que acarreta ao produtor. Pode ser encontrada no interior da planta, na parte inferior da folha, no início da infestação; ou em toda copa, com o avanço da densidade populacional. O ataque inicialmente ocorre em reboleira dentro do talhão, mas podem se espalhar por toda propriedade.
Esse inseto suga a seiva e injeta toxinas, provocando o enfraquecimento das plantas de limoeiro, queda das folhas, formação de frutos pequenos e redução da produção. Além disso, a excreção açucarada (honeydew) do inseto contribui negativamente para o desenvolvimento do fungo Capnodium sp., que forma uma camada negra nas folhas, responsável por provocar a fumagina, doença que compromete a fotossíntese e dificulta a respiração das plantas.
A disseminação da praga pode ocorrer em função do material de colheita, veículos, vestimentas, vento e pela ação de formigas que se alimentam do honeydew e carregam as ninfas (fase jovem) da praga. No que diz respeito às condições climáticas, a ortézia se prolifera com facilidade no período seco e frio do ano.
Para controle, recomenda-se a eliminação das plantas invasoras, que também podem ser hospedeiras da praga, implantação de cercas vivas no pomar, restrição da entrada de pessoas e maquinários no talhão, bem como a poda de galhos e ramos infestados, sendo essas medidas eficientes para todas as espécies de cochonilhas que incidem na cultura do limoeiro citadas aqui.
No controle biológico natural, joaninhas e bicho-lixeiro auxiliam na redução da densidade populacional da praga.
Quanto ao controle químico, dentre os ingredientes ativos (grupos químicos) que podem ser usados de acordo com o Sistema de Agrotóxicos Fitossanitários (AGROFIT) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) tem-se: acefato ou clorpirifós (organofosforado), tiametoxan ou imidacloprido (neonicotinoide), buprofezina (tiadiazinona), óleo mineral (hidrocarbonetos alifáticos), óleo vegetal (ésteres de ácidos graxos), bifentrina, fenpropatrina, permetrina ou esfenvalerato (piretroide), piriproxifem (éter piridiloxipropílico) ou lambda-cialotrina + tiametoxan (piretroide + neonicotinoide) (Agrofit/Mapa, 2022). Além disso, uma opção de controle alternativo é a utilização da calda sulfocálcica (Carvalho e Macedo, 2015).
Cochonilha escama-farinha
As cochonilhas Unaspis citri e Pinnaspis aspidistrae formam colônias esbranquiçadas no tronco e ramos do limoeiro, sendo suas maiores infestações registradas em anos de seca. Em função da sucção de seiva e injeção de toxinas, ocorre queda de folhas e de frutos, rachadura no tronco, secamento dos ramos, tronco e raízes.
Essas rachaduras facilitam a entrada do fungo Phytophora sp., responsável pela doença conhecida como gomose. O honeydew excretado por essas cochonilhas contribui negativamente para a ocorrência da fumagina, desencadeando problemas relacionados à fotossíntese e respiração das plantas.
A disseminação da praga pode ocorrer principalmente pela ação do vento e pelo homem. O controle químico de P. aspidistrae pode ser feito com óleo mineral (hidrocarbonetos alifáticos), óleo vegetal (ésteres de ácidos graxos), imidacloprido (neonicotinoide) ou acetamiprido + piriproxifem (neonicotinoide + éter piridiloxipropílico).
Para U. citri não há produtos registrados (Agrofit/Mapa, 2022). No controle alternativo das espécies de cochonilha escama-farinha pode ser usado, além da calda sulfocálcica, o óleo de neem obtido da planta Azadirachta indica (Carvalho e Macedo, 2015).
Cochonilha-cabeça-de-prego
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