Autores
Rafael Rosa Rocha – Engenheiro agrônomo e mestrando em Ambiente e Sistemas de Produção Agrícola – Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT) – rafaelrochaagro@outlook.com
Crislaine Borges Raimundo – Engenheira agrônoma (UNEMAT) e analista de qualidade na produção de fertilizantes –crislaine.cdo@gmail.com
Renata Lunardi Begnini – Graduanda em Engenharia Agronômica – UNEMAT – renatanovamutum@hotmail.com
O faturamento da indústria brasileira de fertilizantes especiais foi de R$ 7,1 bilhões em 2019, apresentando um crescimento de 7,7% em relação ao ano anterior
Os fertilizantes especiais são adubos com formulações diferenciadas, desenvolvidas para atender às necessidades específicas da produção de uma determinada cultura. Essa característica faz com que o desempenho desses fertilizantes seja ainda melhor, se comparado aos convencionais, já que eles possuem exatamente os macro e micronutrientes de que as plantas precisam.
No mercado, é possível encontrá-los em versões especiais para vários cultivos, tendo esse tipo de solução o uso cada vez mais comum no Brasil.
Potencial
Para que seja possível acompanhar a ascendência no potencial produtivo das cultivares lançadas a cada ano e a necessidade de se produzir mais safra pós-safra, o mercado busca disponibilizar, de forma cada vez mais frequente, soluções em nutrição que vão além da adubação convencional. É o caso, por exemplo, dos chamados fertilizantes especiais ou de eficiência aumentada.
Por definição, esses produtos apresentam, em sua composição, tecnologias que visam garantir o melhor aproveitamento dos nutrientes, redução dos processos de perdas, diminuição de doses utilizadas, aumento da eficiência agronômica, proporcionando maior eficiência do mesmo e disponibilização gradual dos nutrientes, otimização da operacionalidade no sistema de produção e incremento de produtividade, além de melhorar as propriedades físicas do solo (estruturação, armazenamento de água e drenagem interna nos microporos no solo) e favorecer a diminuição da variação brusca de temperatura do solo, que interfere nos seus processos biológicos e na absorção de nutrientes pelas plantas.
Tendência
Os fertilizantes especiais, bem como todas as tecnologias implantadas no agro, apresentam visão futurista para os patamares de produção e produtividade brasileiras. Tornar possível o aumento na produtividade agrícola sem agressão ao meio ambiente, enquanto diminui-se os custos de produção, pela otimização no processo de adubação, são, claramente, alguns dos motivos que justificam o fortalecimento desse produto nos mercados.
A Abisolo (Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal) estima que a indústria brasileira de insumos voltados para nutrição vegetal, especializada na produção de fertilizantes especiais, deverá ter um crescimento de 12% nas vendas deste ano em comparação às de 2018.
O faturamento da indústria brasileira de fertilizantes especiais foi de R$ 7,1 bilhões em 2019, apresentando um crescimento de 7,7% em relação ao ano anterior. O segmento de fertilizantes foliares teve uma expansão de 6%, enquanto os fertilizantes organominerais para solo tiveram alta de 19,5% e os fertilizantes orgânicos para solo, de 2,9%.
O mercado de substratos para plantas teve, em 2019, um faturamento 7% superior, se comparado a 2018, com crescimento de 3% no volume vendido. E segundo a Abisolo, para 2020 a expectativa do setor de tecnologia em nutrição vegetal é de crescimento, pois a adoção crescente de tecnologias neste âmbito está ligada à constante busca por produtividade pelos produtores rurais.
Atualmente, no Brasil, são 441 indústrias e importadores de fertilizantes especiais em atividade, com 527 unidades produtivas em 21 Estados brasileiros, sendo que o Estado de São Paulo conta com 219 unidades. E esse segmento de produtos que apresentaram o maior crescimento tem em suas formulações, além de nutrientes, aminoácidos, extratos de algas e substâncias húmicas.
Tanto nos produtos por aplicação via foliar como via solo, o percentual de vendas de soluções que contenham aminoácidos, extratos de algas e substâncias húmicas puras ou como componentes da formulação foi de 31,81% para aplicação via folha e de 31,73% para aplicação via solo. Esse dado, segundo os executivos da Abisolo, ressalta a questão do maior uso de biofertilizantes, mesmo que ainda em frações.
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