Autores
Fernanda Moura Fonseca Lucas – fernanda-fonseca@hotmail.com
Stephanie Hellen Barbosa Gomes – stephaniehellen2011@gmail.com
Engenheiras florestais e mestrandas em Engenharia Florestal – Universidade Federal do Paraná (UFPR)
João Gilberto Meza Ucella Filho – Engenheiro florestal, técnico em Agronegócio e mestrando em Ciência e Tecnologia da Madeira – Universidade Federal de Lavras (UFLA)16joaoucella@gmail.com
Com intuito de promover o uso racional da água em práticas agrícolas, bem como possibilitar a expansão da produção de culturas em áreas limitadas por este recurso, técnicas para detectar o estresse hídrico de plantas em campo podem contribuir para o manejo da irrigação.
Diferentes métodos são estudados, com intuito de validar a maneira mais adequada em determinada cultura. Para detectar o déficit hídrico das plantas, as técnicas relacionadas ao comportamento fisiológico, tornaram-se mais eficientes do que as interpretadas por meio de fatores ambientais, pois lidam diretamente com respostas do próprio vegetal.
Assim, um dos modelos para monitorar o crescimento e a resposta fisiológica das plantas frente às condições climáticas é a técnica de dendrometria (Kiss; Kaletova, 2019). A dendrometria consiste no monitoramento por meio da medição das plantas, sendo uma das variáveis obtidas o diâmetro do tronco em uma altura padrão.
Como funciona a técnica?
Os dendrômetros com sensores funcionam como tradutores das respostas fisiológicas vegetais. O dendrômetro de precisão, também conhecido como LVDT (Linear variable displacement transducers), são acoplados ao caule do vegetal em uma altura referência e os sensores são conectados a um datalogger, permitindo realizar o acompanhamento contínuo das plantas e o armazenamento dos dados.
Estes captam pulsos elétricos e convertem em sinais micrométricos, sua análise permite enxergar microvariações de expansão e retração do caule.
O diâmetro do tronco possui uma variação diária, alcançando o seu valor máximo pela manhã antes do nascer do sol e o valor mínimo no período da tarde. A diferença entre o valor máximo e mínimo, chamada de amplitude máxima diária, permite compreender o status hídrico do vegetal, uma vez que o potencial hídrico da planta diminui com o aumento desta amplitude (Souza et al. 2011).
Assim, ao monitorar as dilatações e retrações do caule juntamente com outras variáveis, como exemplo o conteúdo de água no solo, é possível correlaciona-las e estabelecer índices capazes de subsidiar o manejo da irrigação. Outro fator importante é acompanhar as variações do diâmetro conforme as mudanças na fenologia das plantas, surgimento de flores e frutos, que podem modificar as atividades de condução da água.
Validação da dendrometria em cafeeiros
Pesquisadores relatam que a dendrometria é uma técnica promissora para o manejo da irrigação. No Brasil, estudos aplicando a técnica em uma área produtiva em Minas Gerais confirmam que as microvariações do diâmetro em plantas de cafés jovens têm relação direta com a disponibilidade hídrica, permitindo validar este tipo de técnica para uso em cafeeiros.
No caso do café, esta medição do diâmetro do caule para se tornar um indicador satisfatório deve ser relacionada com outros parâmetros, como: potencial de água na folha, variáveis meteorológicas e disponibilidade hídrica no solo.
A eficiência da técnica para o manejo da irrigação se dá principalmente às contrações do tronco, pois é uma das mais sensíveis alterações relacionadas às atividades de água na planta.
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