Aldeir Ronaldo Silva – Engenheiro agrônomo, doutorando em Fisiologia e Bioquímica de Plantas – ESALQ/USP – aldeironaldo@usp.br
Diogo Capelin – Engenheiro agrônomo e doutor em Fisiologia e Bioquímica de Plantas – ESALQ/USP – diogocapelin@alumni.usp.br

O agente causal da ferrugem asiática da soja (FAS), Phakopsora pachyrhizi, foi descrito pela primeira vez em plantas de soja em 1902 no Japão, Ele se espalhou para a Austrália em 1934 e foi posteriormente encontrado em outros países da Ásia Oriental, tornando-se um problema na Austrália, China e Índia a partir de 1970. Foi identificado no Brasil e Paraguai em 2001 (Childs et al 2017).
Os sintomas iniciais da doença tornam-se tipicamente visíveis cinco a seis dias após a infecção, apresentando pequenas lesões foliares, de coloração castanha a marrom-escura. Na face inferior da folha, pode-se observar urédias que se rompem e liberam os esporos.
As folhas severamente infectadas podem sofrer clorose severa e senescência prematura, resultando em desfolha precoce das plantas o que compromete a formação, o enchimento de vagens e o peso final do grão (Childs et al 2017; Godoy et al 2018), com danos variando de 10 a 90% nas diversas regiões geográficas onde foi relatada.
A ocorrência frequente de precipitação, períodos longos de molhamento foliar, que podem também ser promovidos pelo orvalho, associados a temperatura entre 18 a 26,5°C criam o ambiente propício para o rápido avanço da doença (Alves et al., 2006).
Prejuízos imediatos
Segundo ABAG, 2020, a ausência de ações de curto e médio prazos que reduzam os efeitos danosos da FAS sobre a cultura da soja pode resultar em perdas de faturamento da ordem de R$ 39 bilhões para o produtor rural, além de um impacto negativo de R$ 19,5 bilhões nas exportações da cadeia e outros R$ 10,6 bilhões seriam perdidos pela menor arrecadação de tributos. O impacto econômico elevado exige da cadeia produtiva especial atenção na tentativa de minimizar os prejuízos provocados pela doença.
Regiões mais afetadas
A cada novo ciclo produtivo da soja no Brasil, é relatado um aumento da incidência da ferrugem asiática. Os inícios dos casos foram detectados nas regiões sul e sudeste, todavia, no contexto atual a incidência de ferrugem asiática atinge todo o território brasileiro, sendo que os Estados de Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais e São Paulo estão à frente.
Quanto aos fatores que favorecem a incidência da ferrugem asiática, a temperatura e o molhamento são os mais decisivos quanto à capacidade germinação e propagação dos esporos. Neste caso, a partir de estudos foi observado que temperaturas entre 7 e 28 ºC são propícias para germinação e de 20 a 25ºC consiste em uma faixa ótima para infeção entre seis a 10 horas de duração do molhamento.
Algas marinhas x ferrugem da soja
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