Adenilson Adão Sponchiado – Técnico em Agropecuária, cientista biológico e engenheiro agrônomo – Centro Universitário da Faculdade Integrada de Ourinhos (UniFio) – adenilsonsponchiado08@gmail.com
Ana Caroline Scoparo – Engenheira agrônoma – UniFio – kahscoparo@gmail.com
Adilson Pimentel Júnior – adilson_pimentel@outlook.com
Aline Mendes de Sousa Gouveia – aline.gouveia@unifio.edu.br
Engenheiros agrônomos, doutores em Agronomia e docentes – UniFio

O Brasil é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, tendo grande importância para o agronegócio brasileiro. A propagação da cana-de-açúcar é feita, em sua maioria, por meio de propágulos vegetativos do caule, constituídos por gemas axilares. Há, também, outra forma de propagação por meio do transplante de mudas pré-brotadas, que dão origem às brotações, onde se inicia o desenvolvimento vegetativo da cana.
Essa cultura apresenta quatro estádios de desenvolvimento. Suas durações variam de acordo com a variedade e as condições climáticas da região. Contudo, a fase de brotação apresenta duração de 10 a 30 dias, fase de perfilhamento de 150 a 350 dias, de desenvolvimento dos colmos pode variar de 180 a 330 dias e a maturação pode durar de 50 a 70 dias.
A emissão de pendão ou da inflorescência significa que a planta atingiu sua maturidade reprodutiva. E o que isso quer dizer? No processo de formação da inflorescência ocorre um estímulo para que o meristema apical se modifique, deixando de produzir folhas e colmos, passando assim a formar a inflorescência ou florescimento.
Essa formação somente é desejável para o melhoramento genético da cultura, pois o cruzamento entre as espécies possibilita a criação de novas variedades adaptáveis às diversas condições edafoclimáticas das regiões produtoras. Todavia, esse fenômeno é indesejável para o produtor, devido às reduções na qualidade da matéria-prima.
Flores x baixa produtividade
Os danos consequentes do florescimento são ocasionados pelo consumo do açúcar pelo processo de respiração da planta, utilizando o açúcar para a formação das panículas ao invés de armazenar na forma de sacarose nos colmos.
Esse consumo de sacarose provoca a perda de água dos entrenós, ocorrendo o fenômeno conhecido por isoporização da cana, no sentido do topo para a base. Outras mudanças fisiológicas acontecem, como mudanças na distribuição da água, redistribuição de nutrientes orgânicos e inorgânicos, diminuição nas reservas de carboidratos em função da isoporização que aparece após o florescimento e excreção de potássio e nitrogênio pelo sistema radicular.
A redução do volume de calda é o principal fator no qual o florescimento interfere, resultante do aumento do teor de fibras e, consequentemente, elevando a produção de bagaço. A porcentagem de fibra nos seis internódios superiores é 14% maior nas plantas floridas do que em plantas não floridas.
Em termos práticos, há prejuízos na embebição, baixa densidade de bagaço, com fibras curtas, dificultando a “pega” da moenda, bagaço com dificuldades de queima, caldo com baixa transparência com bagacilho em suspensão. Além disso, há prejuízos na pesagem e no pagamento da cana-de-açúcar pela qualidade.
Complexidade
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