Gustavo Cesar Dias Silveira – Engenheiro agrônomo, mestre e doutorando em Fitotecnia – Universidade Federal de Lavras (UFLA) – gcsagro@gmail.com

Fosfitos são produtos originados da neutralização do ácido fosforoso (H3PO3) por uma base, e possuem como principais características uma alta e rápida solubilidade e uma grande mobilidade, permitindo maior translocação e penetração pelos tecidos das plantas.
Eles apresentam ação sistêmica na planta via floema e xilema, sendo que sua absorção pela planta é via floema por meio da associação com fotoassimilados, motivo pelo qual são absorvidos rapidamente pelas folhas.
Embora sejam comercializados como fertilizantes foliares, são produtos que atuam como indutores de resistência e são descendentes do fungicida etilfosfonato fosetyl-Al, o qual, comprovadamente, induz a síntese de fitoalexinas e possui a característica de se movimentar pelo floema da planta.
Mais recentemente, os fosfitos e fosfonatos têm sido formulados como sais de manganês, potássio, cobre ou zinco e posicionados para o controle de oomicetos. Eles podem ter efeito diretamente sobre o patógeno (efeito fungicida ou fungistático) e também induzir a resistência natural das plantas.
A indução de resistência em plantas é considerada como uma alternativa no controle de doenças, onde ocorre a ativação de dispositivos naturais de defesa dormentes na planta. Ela pode acontecer evitando a entrada do patógeno e/ou impedindo sua atividade nos tecidos da planta, por mecanismos de defesa próprios.
Pesquisas com o fosfito
Na literatura não são citados trabalhos relacionados ao uso de fosfitos no manejo de plantas de atemoias, entretanto, são encontrados trabalhos com a aplicação de fosfitos para controle de doenças em diversas outras culturas.
A Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), por meio do Polo Regional de Pariquera-açu, publicou em 2016, uma técnica que reduziu em 30% a ocorrência da podridão do estipe das pupunheiras, com o uso de fosfito de potássio.
Outros pesquisadores, como Costa et al. (2017) e Gadaga et al. (2017), mostraram que o uso de formulações de fosfitos controlou a antracnose em feijoeiro, proporcionou aumento da atividade de enzimas de defesa e atuou diretamente sobre o fungo causador da doença (Colletotrichum lindemuntianu).
Segundo Silva et al. (2011), o aumento nas doses de fosfito de potássio promoveu controle do míldio (Peronospora mashurica) da soja em condição de campo. Ademais, a associação do referido fosfito com o fungicida epoxiconazol + piraclostrobina, reduziu a incidência da ferrugem asiática (Phakopsora pachyrhizi) e do oídio (Microsphaera difusa).
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