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segunda-feira, janeiro 27, 2025
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Importância da adubação verde para as florestas

Antonio Carlos Botelho Müller Carioba

Agricultor orgânico, formado em Administração, Gestor da UC – RPPN Reserva Ecológica Amadeu Botelho e atual presidente da Federação das Reservas Ecológicas Particulares do Estado de São Paulo – FREPESP

Crédito Paulo Trani
Crédito Paulo Trani

A adubação verde é uma técnica agrícola que visa promover a reciclagem de nutrientes do solo para torná-lo mais fértil por meio do plantio de determinadas espécies de plantas (destaque para as leguminosas). Além de aumentar a produtividade, essa técnica visa recuperar solos degradados, melhorar solos pobres e conservar os que já são altamente produtivos.

O que são

Os adubos verdes são plantas leguminosas e de outras famílias que atuam na proteção e melhoria do solo. São práticas milenares dos povos chineses, gregos e romanos, utilizadas com sucesso na agricultura.

Como opções de adubação verde temos o feijão de porco e o guandu; a crotalária, que tem uma raiz bem profunda e escarifica o solo; a mucuna, a aveia, o girassol, o capim gordura e muitos outros. As recomendações variam de acordo com as condições locais, como relevo, população das plantas invasoras e até condições financeiras para investimento na área.

Vantagens para a silvicultura

A adubação verde traz muitas vantagens, desde a proteção do solo contra chuvas e o sol até o aumento da matéria orgânica e microvida. Traz o enriquecimento com diversos nutrientes e a descompactação do subsolo pela ação das raízes.

Com os adubos verdes, sempre haverá ganho de produtividade pela melhoria das condições físicas, químicas e biológicas do solo.

Acho até possível, a longo prazo, substituir a adubação convencional de nitrogênio pela adubação verde, trazendo ainda outros ingredientes ao solo.

Contra plantas daninhas

A adubação verde cobre totalmente o solo, impedindo o surgimento de plantas espontâneas indesejadas. Como ele forma uma grande biomassa orgânica, também ajuda no controle de pragas e doenças pelo equilíbrio ecológico, que se recupera.

 

Manejo

O manejo pode ser simples, com menor variedade de espécies, ou mais complexo, fazendo-se rotação ou consorciação de várias plantas, no inverno ou no verão.O ideal é que se complete o ciclo vegetativo do adubo verde, sendo ele roçado, picado ou incorporado ao solo geralmente na florada.

Quando usamos uma espécie que não se quer no local definitivamente cuida-se para não deixar sementear. Também devemos analisar se é melhor incorporá-la ao solo ou deixar na superfície. Isto varia de acordo com o que se espera da adubação verde. Quando roçada ou picada, fica como palhada na superfície e as raízes, que são profundas, se decompõem, escarificando o subsolo e tornando-o mais permeável para a água entrar e descompactando-o, facilitando o desenvolvimento das raízes das outras plantas cultivadas.

Custo

O custo é muito variável, dependendo das condições de cada agricultor. Traz benefícios a curto prazo, mas é um investimento de longo prazo pensando na qualidade do solo.

Em minha opinião, esse investimento traz uma grande vantagem, pois um solo recuperado e equilibrado dará sustentabilidade na produção e autossuficiência ao produtor, que poderá colher as sementes e plantá-las novamente, não dependendo de recursos externos para sua adubação. O excedente de sementes também pode ser vendido, pois já existe um mercado para isto.

Essa matéria você encontra na edição de março/abril 2017  da revista Campo & Negócios Floresta. Adquira já a sua.

 

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