Os bioestimulantes atuam sobre o crescimento de raiz e da parte aérea, proporcionam maior produção de clorofila, resistência a estresse abióticos, melhoria da qualidade dos frutos colhidos, além da redução na incidência de doenças
Fernando Simoni Bacilieri – Engenheiro agrônomo e doutor em Produção Vegetal – Universidade Federal de Uberlândia (ICIAG-UFU) – ferbacilieri@zipmail.com.br
Diferente dos fertilizantes convencionais, adubos foliares com nutrientes para suplementação, prevenção ou correção de carências nutricionais, novos compostos têm sido identificados, sintetizados e aplicados às culturas com o objetivo de solucionar problemas fisiológicos tratam-se dos bioestimulantes.
O conceito de bioestimulantes tem mudado ao longo dos anos em função da diversidade de compostos novos que apresentam efeitos sobre o crescimento, desenvolvimento, metabolismo e a produtividade das culturas.
Uma definição mais recente considera os bioestimulantes como produtos que contenham substâncias e/ ou microrganismos cuja ação, quando aplicados às plantas ou à rizosfera, sejam capazes de estimular os processos fisiológicos naturais para aumentar a absorção e eficiência, e no uso de nutrientes, proporcionar tolerância a estresses abióticos com maior qualidade das colheitas.
Podem ser incluídos na categoria de bioestimulantes os microrganismos, ácidos húmicos e fúlvicos, aminoácidos e os extratos de algas, entre outros.
Atuação
Alguns microrganismos são capazes de promover o crescimento das plantas por meio do aumento da disponibilidade de nutrientes, da biomassa radicular ou área de raiz, e da capacidade de absorção de nutrientes. Por isso, seus efeitos passam a ser considerados como bioestimulantes.
Embora os mecanismos da ação destes agentes biológicos ainda não estejam completamente esclarecidos, a promoção de crescimento pode ocorrer pela produção ou indução pela planta de fitormônios como auxinas, citocininas e giberelinas, ou ainda por inibição da síntese de etileno. Estes microrganismos podem ser utilizados para complementar, e não substituir a adubação com os fertilizantes minerais.
Classes
As substâncias húmicas que englobam os chamados ácidos húmicos e ácidos fúlvicos são outra classe de compostos com efeito bioestimulante, podendo ser encontrados naturalmente em solos, turfas, oceanos e águas doces.
O efeito da parcela ativa das substâncias húmicas sobre o crescimento e o desenvolvimento das plantas está relacionado com a atividade hormonal. Estudos reportaram que os ácidos fúlvicos apresentaram atividade dos hormônios vegetais citocininas, auxinas e giberelinas.
Já os ácidos húmicos não possuem atividade auxínica, mas inibem a enzima IAA-oxidase, protegendo o ácido indol acético da degradação. São matérias-primas versáteis que permitem ser aplicados via solo e/ou via folhas.
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