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segunda-feira, maio 12, 2025
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Manejo de plantas daninhas em cultivos com o evento transgênico “RR“

Giovani BeluttiVoltolini

Graduando em Agronomia pela Universidade Federal de Lavras (UFLA) e membro do Grupo de Estudos em Herbicidas, Plantas Daninhas e Alelopatia(GHPD)

giovanibelutti77@hotmail.com

Carla Helena Ribeiro dos Santos

Graduanda em Agronomia pela UFLA e trainee do GHPD

Ademilson de Oliveira Alecrim

Mestrando em Agronomia ” Fitotecnia pela UFLA e membro do GHPD

 

Fotos Miriam Lins
Fotos Miriam Lins

No final da década de 90 surge uma das tecnologias de maior importância na agricultura, principalmente na linha dos “grãos“, sendo este o evento transgênico “RR“ (RoundupReady).

Esta tecnologia permite às plantas cultivadas serem submetidas a doses do herbicida glifosato, sem sofrer nenhum dano fitotóxico. Isto porque a mesma foi geneticamente modificada e acrescida de “materiais“ que lhe conferem resistência ao herbicida.

Sabe-se que as plantas daninhas causam grandes perdas ao sistema de cultivo, sejam elas pela competição por elementos essenciais ao desenvolvimento, como água, luz, espaço e nutrientes, ou também por serem vetores de patógenos ocorrentes às culturas.

Então, o lançamento de cultivares de soja e de milho resistentes ao herbicida glifosato fez com que o controle de plantas daninhas nas áreas de cultivo se tornasse bem mais fácil.

No Brasil, esta tecnologia foi comercializada a partir de 2003, e hoje utilizada em larga escala, sendo que os cultivos de soja, por exemplo, já chegam a quase 100% com a presença de cultivares resistentes ao glifosato.

A utilização de glifosato na agricultura já é frequente há muito tempo, sendo o herbicida mais utilizado em todo o mundo. Sabe-se que o mesmo atua de modo sistêmico nas plantas, não seletivo, com elevada eficácia e amplo espectro de controle, ou seja, controla inúmeras espécies de plantas daninhas.

Contudo, nos cultivos anteriores ao surgimento da tecnologia RR, plantas cultivadas, como a soja e o milho, também eram eliminadas, quando submetidas a este herbicida. Então, a partir do surgimento das cultivares resistentes, o controle passou a ser realizado de modo mais eficaz e econômico, sendo que a utilização do glifosato assegurava a não ocorrência de competição entre as plantas daninhas e as plantas cultivadas, eliminando as daninhas e não provocando injúrias aos cultivos ali existentes.

O manejo

O manejo de plantas daninhas é de grande importância, pois se não for realizado de forma eficiente, o rendimento da cultura será afetado, além de aumentar o custo de produção, principalmente nos sistemas que usam duas culturas em sucessão e com a mesma tolerância ao herbicida, como é o caso da soja e do milho RR.

Nesse sentido, o manejo das plantas daninhas deve ser iniciado antes da implantação da cultura em campo, adquirindo sementes de qualidade superior e de empresas idôneas.

Além disso, deve-se efetuar a limpeza dos implementos agrícolas com o intuito de evitar a disseminação de sementes de plantas daninhas para áreas adjacentes. Ainda, pode ser realizada a dessecação das plantas daninhas existentes na área antes da semeadura, pois o retardamento do povoamento pode acontecer.

A colheita realizada de forma eficiente é outra prática que diminui a infestação das plantas tigueras, pois se evita que fiquem grãos remanescentes no campo, que futuramente poderão germinar e se tornar plantas daninhas com alto potencial competitivo.

O controle do milho tiguera deve ser realizado nos estádios V2-V3 - Fotos Miriam Lins
O controle do milho tiguera deve ser realizado nos estádios V2-V3 – Fotos Miriam Lins

Assim, deve-se ter atenção especial com a regulagem dos implementos agrícolas e com o transporte dos grãos entre a lavoura e o silo armazenador, a fim de evitar que estes caiam na área. Ainda, o manejo inadequado do herbicida durante a semeadura e o cultivo repetido de culturas RR são outros fatores aos quaisse deve ter atenção especial, pois eles podem causar o aparecimento de plantas tigueras.

Caso ocorra infestação de plantas daninhas, mesmo com a adoção de todas as medidas preventivasdevem-se adotar as práticas de controle das mesmas, destacando-se o controle integrado com a combinação de vários métodos de controle, em que para o controle químico destaca-se o uso do herbicida glifosato, que possui ação pós-emergente e amplo espectro de controle, sendo necessário realizar uma única aplicação, o que implica na redução dos custos de produção.

No entanto, caso ocorra a infestação com plantas tigueras que são resistentes ao glifosato, a realização de uma única de aplicação com glifosato durante o período crítico de competição da cultura com as plantas daninhas será inviabilizada.

Controle de milho tiguera RR em cultivo de soja RR

Quando estabelecida esta situação, deve-se fazer combinações de herbicidas com ação pós-emergente, como o uso do glifosato com um herbicida inibidor da enzima ACCase como cletodim, setoxidim, fluazifop-p-butil, tepraloxidim, fenoxaprop-p-ethyl, haloxyfop-p-ethyl e quizalofop-p-ethyl.

O controle do milho tiguera deve ser realizado quando este se encontrar em estádios de crescimentos menores (V2-V3, duas e três folhas verdadeiras expandidas), pois neste estádio o controle é mais eficiente.

Controle de soja tiguera RR em cultivo de milho RR

Para realizar este controle, o mais indicado é a mistura de glifosato com o herbicida atrazina. Sobretudo, este manejo assegura a eficácia no controle das tigueras associado à ausência de problemas com fitotoxidez na cultura do milho.

Essa matéria completa você encontra na edição de setembro 2016 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

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