Aldeir Ronaldo Silva – Engenheiro agrônomo, doutorando em Fisiologia e Bioquímica de Plantas – ESALQ/USP – aldeironaldo@usp.br

O Brasil se destaca por ser o maior produtor mundial, com cultivo em todas regiões brasileiras. Grande parte desses resultados advém da adoção de novas tecnologias. Entre elas, a aplicação de micronutrientes tanto via solo como via foliar.
Esses micronutrientes são um grupo caracterizado por apresenta uma capacidade de concentração baixa no tecido foliar em comparação com os macronutrientes. Embora B, Co, Zn, Mo, Cu, Cl, Fe e Mn sejam requeridos em menor quantidade, sua importância não é diminuída. Dependendo da cultura, podem limitar a produção mais do que alguns macronutrientes, como ocorre no caso do zinco (Zn) na cultura do feijão, que auxilia a planta em diversos mecanismos, a exemplo do metabolismo do nitrogênio e auxina.
O boro participa de várias reações e também é componente de diversos aminoácidos, como: cisteína, cistina e metionina. O molibdênio, por exemplo, tem papel importante nas leguminosas, pois é constituinte de enzima nitrogenase, nitrato redutase e xantina desidrogenase.
Outro micronutriente que, apesar de ser pouco absorvido, exerce papel importante, é o manganês, que auxilia na atividade da desidrogenase, descarboxilase, quinases e oxidases, participando também do processo de fotossíntese.
Todavia, a disponibilidade desses micronutrientes no solo, em geral, é baixa, sendo que esses elementos são bastante influenciados por fatores como textura, mineralogia, umidade, reação de oxirredução, relação de antagonismo e sinergismo com outros elementos, além de variação no teor de matéria orgânica.
Dessa forma, o uso complementar de micronutrientes via aplicação foliar ou via solo é uma ferramenta importante para manutenção ou incremento da produtividade.
Manejo
O uso de micronutrientes deve ser realizado de forma de eficiente e criteriosa. A realização de manejo inadequado, além causar efeito de toxicidade em plantas de feijoeiros e redução na capacidade produtiva, aumenta também os custos de produção, ocasionando inviabilidade da prática.
Para o sucesso no uso de micronutrientes, o produtor deve ter como principal objetivo assegurar a concentração mínima desses elementos que estão em deficiência no solo. Para tal, é necessário o acompanhamento de um técnico para fornecer orientações, como a análise do solo antes do plantio para identificar os elementos que estão em deficiência.
Outro fator importante é a escolha do produto, visando sempre a qualidade comprovada e não produtos de formulação desconhecida. Também é importante a realização de análise foliar para complementar a identificação dos nutrientes mais deficientes no tecido vegetal. Essa última é bastante importante, quando o produtor decide realizar a aplicação via foliar.
A aplicação via foliar geralmente é utilizada no crescimento inicial das plantas, quando estas apresentam deficiência e necessitam de uma rápida suplementação. Todavia, esse método requer um nível mais alto de tecnologia, sendo muito importante a realização de um planejamento de época de aplicação para viabilizar a máxima eficiência de nutrientes na cultura.
Já aplicação via solo também é vantajosa em virtude do permanência e efeito por mais tempo no cultivo, podendo ser aplicado juntamente com os macronutrientes.
Produtividade no campo
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