Autores
Wedisson Oliveira Santos – wedisson.santos@ufu.br
Araína Hulmann Batista – araina@ufu.br
Hugo César Rodrigues Moreira Catão – hugo.catao@ufu.br
Professores do Instituto de Ciências Agrárias (ICIAG) – Universidade Federal de Uberlândia (UFU)

O fornecimento de nutrientes pela parte aérea das plantas, conhecido como adubação foliar, apesar de datar da antiguidade, ainda é um tema bastante controverso. A eficiência da adubação foliar é muito variável em relação às culturas, fontes de nutrientes, época de aplicação, entre outros fatores.
Vale ressaltar que no processo evolutivo das plantas para ambientes terrestres houve grande diferenciação de funções e morfologia dos seus órgãos. As raízes evoluíram para absorção de água e nutrientes do solo, e a parte aérea, principalmente as folhas, especializaram-se nas trocas gasosas, transpiração, absorção de gás carbônico e luz.
Para tanto, houve grandes modificações morfológicas nestes órgãos, que inicialmente eram responsáveis pela totalidade da absorção de nutrientes. Desenvolveu-se nas folhas uma camada de cutícula rica em substâncias hidrofóbicas, como ceras, entre outros compostos e estruturas, visando impedir a desidratação. Isso leva à expressiva restrição ao movimento de soluções e gases através das folhas das plantas.
Todavia, a capacidade de absorção de soluções pelos órgãos aéreos de plantas terrestres, apesar de pequena, não é nula, sendo este o fundamento que sustenta a prática da adubação foliar e tem levado pesquisadores a buscarem respostas sobre a eficiência desta técnica como fornecedora de nutrientes minerais para variadas espécies vegetais.
Cuidado!
É importante considerar que, com capacidade limitada de absorção de nutrientes em grandes quantidades, a adubação foliar deve ser encarada como uma forma complementar de fornecimento de nutrientes às plantas, jamais substituindo a adubação via solo.
Em relação ao nitrogênio, existe ainda a necessidade de melhorar a absorção pelas plantas, reduzindo perdas por lixiviação do NO3–, volatização da NH3 e desnitrificação. Assim, a suplementação de N via aplicação foliar tem se mostrado uma alternativa, com a vantagem, além da rápida absorção, de possibilitar correções pontuais de deficiência em fases avançadas de desenvolvimento das culturas.
Adicionalmente, a elevada mobilidade de N no floema, diferentemente dos micronutrientes metálicos, como Zn, Cu, Mn e Fe, promove algum efeito residual para a adubação foliar nitrogenada.
Entretanto, a limitada área foliar da soja ou milho, e restrições de absorção de solutos pelas folhas, nos sugere que a adubação foliar deve ser estratégica para fases ou eventos “chaves” destas culturas.
Como implantar a técnica?
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