Autores
Mariane Gonçalves Ferreira Copati – marianegonferreira@gmail.com
Françoise Dalprá Dariva – Fran_dariva@hotmail.com
Manoel Nelson de Castro Filho – manoel.nelson@ufv.br
Engenheiros agrônomos e doutorandos em Fitotecnia – Universidade Federal de Viçosa (UFV)

O alho (Allium sativum L.), pertencente à família Alliaceae, é originário de regiões de clima temperado da Ásia Central. É considerado uma das plantas mais antigas utilizadas na alimentação, seja na culinária, pelo aroma e sabor, ou por suas propriedades medicinais.
Entre 1998 e 2003, a área plantada com alho no Brasil apresentou tendência média de aumento, porém, seguida de redução nos anos de 2004 a 2016. No Brasil o alho é cultivado, particularmente, nas regiões sul, sudeste, centro-oeste e nordeste. Pouco ou nenhum cultivo comercial é encontrado na região norte, isso em decorrência do calor excessivo e elevada pluviosidade presentes na região, a qual limita a produção da hortaliça.
Nos últimos anos, com as novas tecnologias disponíveis no mercado agrícola e, principalmente em decorrência do crescimento da demanda da hortaliça no mercado interno, verifica-se um estímulo ao aumento da produção brasileira de alho.
No entanto, a produção do País ainda não é suficiente para suprir a demanda interna, o que ocasionou o aumento nas importações da hortaliça. Com o mercado garantido, os cultivos de alho têm se tornado uma opção interessante e lucrativa para os produtores.
De acordo com a portaria nº 242, de 17 de setembro de 1992, o alho é classificado em dois grupos, branco e roxo, conforme a cor da película; em subgrupos, de acordo com o número de bulbilhos que compõem o bulbo; e em cinco classes, conforme o diâmetro transversal do bulbo.
No Brasil, há ainda a classificação quanto aos tipos de produtores. Estes podem ser divididos em duas categorias, sendo a primeira composta por produtores que utilizam cultivares de alho nobre roxo (bulbos de alto valor comercial) e a segunda produtores de alho comum, também chamado tropical ou semi-nobre (bulbos de menor valor comercial).
Características das cultivares
O alho é caracterizado como sendo planta de clima frio, com exigências térmicas de 18 a 20°C na fase inicial do ciclo, 10 a 15°C durante o período de bulbificação e 20 a 25°C na fase de maturação.
O fotoperíodo também é determinante para a formação do bulbo, entretanto, há presença de variabilidade intraespecífica na espécie, como cultivares de dias longos (tardias) e de dias curtos (precoces).
Nas cultivares de dias longos, em condições de fotoperíodo insuficiente, haverá o favorecimento do crescimento vegetativo em detrimento da formação de bulbos. Por outro lado, as cultivares de dias curtos, quando cultivadas em regiões com fotoperíodo longo, reduzem o ciclo cultural e antecipam o início da bulbificação.
Exigências
O cultivo do alho é exigente quanto a uma série de técnicas, principalmente para produção de alho nobre. Para o plantio, a escolha adequada de cultivares, aquisição e vernalização, irrigação, ponto de colheita ideal e correto armazenamento, são variáveis importantes para o aumento da produção e manutenção da qualidade do produto.
Quanto à produção do alho-semente, cuidados devem ser tomados principalmente quanto à qualidade fisiológica e sanitária, evitando assim a disseminação de doenças. Deve-se priorizar o plantio de bulbilhos grandes, cheios e uniformes, garantindo maior estande de plantas e uniformidade da lavoura.
As grandes empresas produtoras detêm de máquinas de classificação de alho-semente. Em pequenas fazendas produtoras, essa classificação é realizada manualmente. Os bulbilhos não devem ser plantados logo após serem colhidos, uma vez que apresentam dormência.
A dormência do alho pode se prolongar por até 70 dias após a colheita, reduzindo gradualmente com o aumento do tempo de armazenamento.
Alho nobre x comum
Leia mais
Para ler o restante deste artigo você tem que estar logado. Se você já tem uma conta, digite seu nome de usuário e senha. Se ainda não tem uma conta, cadastre-se e aguarde a liberação do seu acesso.