Autor
Givago Coutinho – Doutor em Fruticultura e professor – Centro Universitário de Goiatuba (UniCerrado) – givago_agro@hotmail.com
A implantação da lavoura cafeeira é uma das etapas mais importantes no planejamento da produção, pois em se tratando de uma cultura permanente ou perene. Neste contexto, a utilização de mudas de qualidade é fundamental, podendo-se efetuar a formação de mudas de cafeeiro em viveiros próprios ou adquirindo-se diretamente em viveiros comerciais. E dentre as características que indicam a boa qualidade das mudas está a proporção sistema radicular/parte aérea, muitas vezes pouco observada.
Há duas formas de propagar o cafeeiro: a sexuada, por meio do emprego de sementes, e a assexuada, ou seja, por meio de partes vegetativas como estacas. Segundo Matiello et al. (2020), na escolha da muda, uma característica adequada é o peso de raízes ser equivalente em torno de 25 – 30% em relação ao peso da parte aérea.
Em geral, o desenvolvimento da raiz pivotante do cafeeiro em profundidade, quando propagado por sementes, é rápido, podendo ocorrer o enovelamento ou encurvamento da raiz no fundo do recipiente que, por conseguinte, quando a muda é levada para o plantio no campo ocorre o que popularmente se chama de “pião torto”.
Já as mudas propagadas por estaquia apresentam menor proporção de raízes, quando comparadas às mudas provenientes de sementes.
Detalhes do manejo
A raiz pivotante ou principal, também chamada de “pião”, no caso do cafeeiro, se desenvolve entre 40 a 50 centímetros de profundidade, normalmente. Na produção de mudas em ambientes (viveiros) com excesso de sombreamento, pode haver maior desenvolvimento da parte aérea em detrimento do sistema radicular. Esta característica pode se intensificar em casos de adubação nitrogenada em excesso e também com a utilização de substrato com baixo teor nutricional e de matéria orgânica.
Em caso de danos às raízes, como enovelamentos, bifurcações ou tortuosidades mais destacadas por ocasião da implantação do cafezal, o estabelecimento do cafeeiro é dificultado, podendo ocorrer demora significativa no crescimento, além de amarelecimento generalizado da planta, com murcha, desfolha e, em muitos casos, pode ocorrer inclusive a morte das plantas, com danos mais acentuados, sendo os sintomas mais intensos no período mais seco do ano.
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