Ana Claudia de Brito – Engenheira agrônoma e técnica de Pesquisa e Desenvolvimento – Grupo Agro – anaclaudia@grupoagromg.com.br
Maione Almeida de Souza – Engenheira agrônoma, mestra em Produção Vegetal e gerente de Mercado e Projetos – Grupo Agro

O mofo-branco, causado pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum, tem sido o terror de muitos sojicultores em diversas regiões do Brasil. Ele está presente em mais de 28% das áreas de produção de soja do País.
Na literatura, podemos encontrar dados que mostram uma perda de produtividade de 2,7 sacas/ha, numa incidência de 5% e, progressivamente, quando temos 80% de incidência a perda de produtividade é de 43,4 sacas/ha. Por isso, os produtores de soja precisam estar atentos aos danos e perdas causados pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum.
Se consideramos a incidência de 5%, o cliente estará deixando de ganhar (2,7 sc x R$ 182,00) = R$ 491,40/ha, enquanto que para uma incidência de 80% (43,4 sc x R$ 182,00) = R$ 7.898,80/ha. Estes valores calculados refletirão de forma negativa na lucratividade e viabilidade econômica dessa lavoura, fazendo com que os produtores de soja fiquem atentos ao manejo dessa fitossanidade, pois, além de danos à produtividade, esse fungo causa danos também à qualidade dos grãos.
O que se vê
O fungo Sclerotinia sclerotiorum, causador do mofo-branco, pode atacar qualquer parte da planta, ramos, hastes, vagens e pecíolos. Entretanto, as infecções se iniciam com frequência a partir das pétalas caídas nas axilas das folhas e dos ramos laterais.
Após a infecção, as lesões apresentam um aspecto encharcado, que evoluem para uma coloração castanho-claro de aspecto mole. Além disso, ocorre a queda de flores e progressivamente a formação de micélios brancos, bem característicos, que lembram uma inflorescência de algodão e se desenvolvem rapidamente, tornando-se muito visível.
Devido à colonização do fungo, com o passar dos dias a planta infectada apresenta murcha da parte áerea, evoluindo para a morte da planta, por não haver troca de água nem de fotoassimilados, comprometendo toda a produção.
A partir deste estágio, inicia-se o ciclo secundário do mofo-branco, em que a doença se espalha diretamente pelo contato entre plantas doentes e sadias. Para cada planta infectada ele pode produzir dezenas até centenas de escleródios.
Facilitadores
O período crítico para a infecção do fungo é durante a floração plena até o início da formação de grãos, pois normalmente é a época que apresenta as condições de microclima na lavoura ideal para a incidência da doença, principalmente com a ocorrência de chuvas intensas ou irrigação.
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