Autores
Túlio de Almeida Machado – Engenheiro agrícola, doutor em Engenharia Agrícola e professor do IF Goiano – Campus Morrinhos
Rodrigo Vieira da Silva – Engenheiro agrônomo, doutor em Fitopatologia e professor do IF Goiano – Campus Morrinhos
João Pedro Elias Gondim – Engenheiro agrônomo e doutorando em Fitopatologia – Universidade Federal de Lavras (UFLA) – joaopedro.pba@hotmail.com
João Paulo Marques Furtado – Engenheiro agrônomo e pós-graduado em Proteção de Plantas – Universidade Federal de Viçosa (UFV) – furtado.agro@gmail.com

O advento da mecanização e do comércio de suas tecnologias se tornou um mercado bilionário em todo o mundo, pois elas são fundamentais para a própria existência e sobrevivência do homem.
Anteriormente, acreditava-se que, aproximadamente nos anos 2000, a produção de alimentos não seria suficiente para o crescimento populacional verificado, resultando em fome global. A melhoria das técnicas de plantio e a mecanização, contudo, impediram que testemunhássemos uma tragédia como essa.
Um ditado referente entre os produtores rurais diz sempre que “O agro não para!”, o que é verdadeiro! Mediante esse cenário, a pandemia, embora catastrófica em todos os sentidos, causou poucos entraves no agronegócio brasileiro, principalmente no setor de aquisição de insumos e, dentre eles, o setor de máquinas e implementos agrícolas.
Os objetivos da mecanização agrícola são simples e permitem:
• Aumentar a produtividade do trabalhador no campo;
• Tornar o trabalho no campo mais atrativo;
• Melhorar e padronizar a qualidade de operação no campo.
Mudanças
Diante do atual cenário da pandemia de Covid-19, muitas atividades e eventos agropecuários presenciais para o ano de 2020 foram cancelados ou adiados, e com isso, o setor de vendas de máquinas agrícolas foi um pouco prejudicado no primeiro semestre.
Entretanto, apesar deste senário, o setor aposta no segundo semestre. Isso porque a maior parte das negociações, cerca de 60% das vendas de máquinas, tratores, colhedoras e demais implementos utilizados no plantio e colheita se intensificam entre junho e outubro, para a safra de verão.
Outra notícia positiva é que o produtor terá disponível a quantia recorde superior a R$ 230 bilhões em recursos para financiamentos pelo Plano Safra 2020/21, uma alta superior a 6% em relação ao montante do período.
Vale ressaltar que o agronegócio é um setor que sempre busca, com sucesso, soluções para driblar as crises vivenciadas no Brasil e no mundo, e com a atual pandemia não é diferente. Uma das alternativas, diante do atual momento de distanciamento social, foi o forte investimento na divulgação online e no e-commerce.
Somado a isso estão os investimentos em gestão, inovação e modernização tecnológica, que passaram a mostrar aos produtores o que há de novo no setor, com novos lançamentos em plataformas digitais, possibilitando a continuidade das vendas. Tal modernização possibilita minimizar os impactos negativos das vendas no primeiro semestre deste ano.
Assim, o mundo digital avança cada vez mais no campo, e as áreas do marketing e da divulgação são fundamentais para dar visibilidade e confiabilidade às empresas.
Em destaque
Todos os setores do agronegócio, de uma maneira geral, estão, atualmente, com atividades e preços satisfatórios aos produtores. Na agricultura, destacam-se o volume de negócios proporcionados pelas commodities. Produtos agrícolas como cereais, café, açúcar e suco de laranja, dentre outros, são todos passíveis de mecanização agrícola durante o seu processo.
O mesmo ocorre em setores como horticultura, florestas e fibras, que também são impulsionados por um maior consumo interno e elevação das exportações.
Algumas culturas possuem todo o seu processo mecanizado, facilitando assim o manejo e a condução da cultura durante o seu período no campo. Nessas culturas, desde as etapas de preparo do solo, introdução das culturas no campo, tratos culturais até a colheita, a mecanização se faz presente.
No entanto, grandes culturas, como algodão, arroz, soja, milho, cana-de-açúcar e laranja exigem uma maior demanda da mecanização, principalmente por serem cultivadas em grandes áreas. Porém, não se pode deixar de ressaltar a importância da tecnologia nas demais culturas, fazendo com que os produtores minimizem seu tempo no campo e aumentem a produtividade.
Figura 1. Etapas mecanizadas de preparo de solo, plantio, pulverização e colheita.

Relação máquina-planta-solo
Cada cultura possui a sua relação máquina-planta-solo de maneira particular. É notório que algumas máquinas podem trabalhar em várias culturas. Porém, pode haver máquinas específicas para cada etapa em uma determinada cultura. Um exemplo clássico desse equipamento são as colhedoras, como as colhedoras de tomate para processamento industrial, utilizadas somente para essa cultura.
Uma incorreta operação, aliada à falta de manutenção adequada, pode reduzir a vida útil dos equipamentos. Normalmente, instruções sempre são dadas ao comprador do produto na chamada “entrega técnica”, em que o produtor ou responsável fica ciente sobre como manusear, regular e realizar os devidos cuidados.
As máquinas e implementos agrícolas tornam-se meios eficientes de disseminação de pragas e doenças dentro da propriedade rural e até mesmo entre vizinhanças. É importante saber que no solo agregado aos pneus das máquinas agrícolas pode encontrar insetos-praga e fontes de inóculo de fitopatógenos, que podem se espalhar para áreas ainda isentas. Assim, a limpeza adequada para a descontaminação do maquinário após sua utilização em uma área/talhão é essencial.
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