Aldeir Ronaldo Silva – Engenheiro agrônomo e doutorando em Fisiologia e Bioquímica de Plantas – ESALQ/USP – aldeironaldo@usp.br
João Pedro Ramos da Silva – Engenheiro agrônomo e mestrando em Fisiologia e Bioquímica de Plantas – ESALQ/USP – joaopedror@usp.br
O silício não é considerado um elemento essencial, mas sim benéfico para as plantas, ou seja, sua ausência não levará a planta à morte, porém, em muitos casos ele aumenta o crescimento e a produção. Para a cana, o silício contribui para o crescimento das plantas, aumenta o teor de açúcar e a produtividade, além de melhorar as condições morfológicas e bioquímicas, contribuindo diretamente para a nutrição e aumentando a resistência a pragas e doenças, e atuando em várias rotas de estresse na planta.
Silício x açúcar na cana
Algumas culturas são acumuladoras de silício. Como exemplos clássicos podemos citar o arroz e a cana-de açúcar. No caso da cana, pode ser encontrado de 0,14 a 4% de silício em sua massa seca, variando de acordo com a disponibilidade de silício no solo para a cultura.
Embora não seja um nutriente essencial para a maioria das plantas, é inegável que o silício traz uma série de vantagens para o crescimento e desenvolvimento das culturas, principalmente para as acumuladoras, melhorando sua atividade fotossintética graças ao acréscimo de clorofila presente nas folhas, o que resulta em maiores taxas de fotossíntese líquida e também de fotoassimilados produzidos.
Além disso, o silício ainda está envolvido no fortalecimento das estruturas da parede celular, no aumento da lignificação, no posicionamento mais ereto das folhas, auxiliando a interceptação de luz solar na planta, além de atuar na redução do acamamento, na minimização do estresse hídrico pela redução da transpiração e na ativação de mecanismos específicos, como a produção de fitoalexinas.
Dicas
Para início, a análise de solo deve ser realizada afim de verificar a quantidade de nutriente presente no local, sendo uma etapa importante que não deve ser descartada. Se possível, também realizar a análise de folha. Após a realização da análise de solo, é recomendável a utilização de silicatos, podendo ser o silicato de cálcio, magnésio ou potássio.
Os silicatos estão presentes na forma líquida, pó e grânulos e podem ser aplicados tanto via solo como foliar, embora em dias com temperaturas elevadas, chuvosos e/ou com ventos fortes não seja recomendada a aplicação foliar.
O fertilizante em pó deve ser aplicado em toda área e posteriormente incorporado. Já em forma de grânulo, pode ser oferecido na adubação com outros nutrientes em linha de plantio. A aplicação do silício pode ser realizada antes do estabelecimento da cultura ou após o plantio.
Segundo Reis (2007), doses de silício recomendadas para uma boa produção estão na faixa de 1,5 a 2,0 t/ha. Entretanto, trabalhos já constataram aumentos significativos na produtividade com valores acima de 5,0 t/ha. Sendo assim, as características químicas e físicas do solo são muito importantes para definir qual valor será utilizado.
Relação com a produtividade
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