Aldeir Ronaldo Silva – Engenheiro agrônomo e doutorando em Fisiologia e Bioquímica de Plantas – ESALQ/USP – aldeironaldo@usp.br
João Pedro Ramos da Silva – Engenheiro agrônomo e mestrando em Fisiologia e Bioquímica de Plantas – ESALQ/USP – joaopedror@usp.br
O cultivo de abóbora é bastante predominante em várias regiões do mundo, sendo uma espécie agrícola de grande importância para a segurança alimentar de vários países. Em geral, os frutos são ricos em amido e açúcares, além de alto valor de vitaminas do complexo B1, B2 e C (Silva 2017).
Além da qualidade nutricional, outro fator importante na produção de abóbora é a grande diversidade de uso do fruto, tanto no preparo de pratos como doces. Quanto à produção, estão à frente os Estados de Minas Gerais, Goiás, São Paulo, Bahia, Paraná e Santa Catarina, que correspondem a 84% da produção nacional (Prohort).
O terror dos produtores
O ódio é bastante recorrente nas espécies da família das cucurbitáceas, como melancia, abóbora, chuchu, melão e abobrinha. Em geral, os danos ocorrem na parte da área foliar, resultando na redução da capacidade de fotossintética em virtude da redução da área foliar e, consequentemente, diminuição na produtividade.
O ataque de oídio na cultura provoca a redução na produtividade, pela diminuição da área foliar, com o surgimento de manchas amareladas, progredindo para manchas brancas com micélios e conídios do fungo. Também pode surgir nas hastes e pecíolos.
Em estágios iniciais de crescimento dos fungos, ocorre na parte abaxial das folhas, mas dependendo do grau de manifestação a parte adaxial também pode ser colonizada. Já em estágios finais ocorre o surgimento de manchas escuras, equivalente à frutificação do fungo, sendo posteriormente necrosada. Há, ainda, redução do crescimento e desenvolvimento da planta, oriundo da diminuição das reservas nutricionais e energéticas da planta, levando à baixa da produção e qualidade do fruto de abóbora.
Outro fator importante é que os fungos patógenos são altamente especializados em parasitar seu hospedeiro de forma sutil, não levando-o à morte imediata, além da diversidade de raças desse patógeno.
Regiões mais afetadas e formas de controle
A ocorrência de oídio no Brasil é bastante generalizada, todavia, regiões de clima úmido ou frio apresentam condições favoráveis ao surgimento da doença. Outro fator refere-se a uma doença cosmopolita que atinge uma ampla gama de culturas agrícolas.
Além disso, outros fatores que contribuem para a disseminação dos fungos, como temperaturas entre 6,0 a 33°C, são propícias para germinação dos esporos, e temperaturas entre 20 e 25°C são favoráveis ao ataque do oídio (Pinto et al., 2014).
Tanto o controle preventivo como curativo é necessário, em virtude dos danos oriundos do ataque de oídio no cultivo da abóbora, afetando diretamente a capacidade produtiva das plantas e, consequentemente, a qualidade dos frutos. Em geral, os controles químicos e o uso de variedades resistentes são os mais utilizados, mas outros métodos também podem ser eficientes, como o controle biológico e manejos alternativos, como a adubação.
Todavia, a suplementação nutricional contribui diretamente para redução dos danos e disseminação do oídio no cultivo de abóbora.
Atuação do silício
O silício é um elemento muito importante para a agricultura mundial, existindo a discussão científica quanto à essencialidade do elemento. Entre os efeitos mais representativos estão: diminuição da incidência de doenças e tolerância ao estresse abiótico, pois quando absorvido o silício na forma de ácido monosilícico (H4SiO4), a maior parte é depositada na parede celular da epiderme, promovendo o aumento na resistência ao ataque de doenças e pragas, bem como fatores ambientais.
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