Vitor Marques Vidal – Pesquisador – IFGoiano Rio Verde – vmarquesvidal@gmail.com
Marconi Batista Teixeira – Professor – IFGoiano Rio Verde e coordenador do projeto aprovado pela FAPEG – marconi.teixeira@ifgoiano.edu.br
Leonardo Nazário Silva dos Santos – leonardo.santos@ifgoiano.edu.br
Adriano Carvalho Costa – adriano.costa@ifgoiano.edu.br – Professores – IFGoiano Rio Verde
Jacyr Lora – jacyrlora@gmail.com
Jaqueline Aparecida Batista Soares – Mestrandos em Ciências Agrárias – IFGoiano Rio Verde – jaquelineab.soares@gmail.com
A aquaponia é uma técnica que permite a integração da aquicultura convencional para produção de peixes, lagostas e camarões, associada à hidroponia, que é o cultivo de plantas em solução nutritiva.
Diferentemente do sistema de hidroponia, a aquaponia utiliza como fonte da solução nutritiva os dejetos e excretos de amônia dos peixes, que pela ação das nitrobactérias, convertem em nitrito e nitrato, onde são aproveitados pelas plantas.
Neste sistema são produzidos três organismos vivos, sendo animal, vegetal e bactérias, e para que tenha um adequado desenvolvimento destes organismos, são levados em consideração principalmente fatores relacionados à qualidade da água, condições climáticas, sistema hidráulico, manejo do peixe e planta.
A aquaponia e a produtividade das hortaliças
A aquaponia pode vir a ser uma nova janela que se abre ao mundo das cadeias alimentares. Tal afirmação pode ser feita quando formos estimar a pegada hídrica para a produção de alimentos.
Segundo a WFN (Water Footprint Network), para produzir 1,0 kg de carne bovina são necessários 15.400 litros de água, para a carne suína, 6.000 litros e para a carne de frango, 4.300 litros. A bem da verdade, não existe um valor de referência deste indicador para a aquaponia, mas, considerando que ela permite o reuso da água, temos aí um favorável precedente.
Não exigindo grandes espaços físicos, a exploração desta atividade, além de garantir uma antecipação das colheitas, permite que se trabalhe com altas densidades de plantas e peixes.
Eficiência da aquaponia no uso de água
Por ser um sistema de recirculação de água fechada, a aquaponia proporciona economia de até 90% de água em relação à agricultura convencional, além de eliminar completamente a liberação de efluentes diretos no meio ambiente, pois trata-se de um sistema de criação fechado (Embrapa, 2015).
Além da quantidade de água no sistema, a qualidade da água é um importante fator, por regular a colonização de bactérias, nutrição das plantas, bem como fazer a conversão alimentar dos peixes. Para isso, é recomendado que sejam realizadas análises periódicas e manter as características químicas e físicas dentro dos limites, quando levado em consideração os três organismos vivos.
Espécies de peixes mais utilizadas
Para escolher uma espécie para o sistema aquapônico, deve-se dar atenção às suas características biológicas, adaptação climática e demanda de mercado. Neste contexto, as principais espécies de peixes utilizadas na aquaponia ao redor do mundo são as tilápias e trutas, e em menor escala estão as carpas, bagres e os robalos, além de ornamentais, como as carpas coloridas.
No Brasil, a espécie mais utilizada é a tilápia, que tem bastante procura no mercado e boa adaptação. O sistema que é apresentado neste artigo foi validado com a utilização da tilápia, devido a ser um peixe resistente, bastante rústico, com boa conversão alimentar, por tolerar altas densidades de estocagem, ter pacote tecnológico de cultivo, de reprodução, de melhoramento e de nutrição avançados e difundidos por todo o mundo. Além de ter um bom preço comercial, é o peixe mais utilizado na aquaponia (Marengoni, 2006).
Hortaliças mais utilizadas
A seleção das espécies de hortaliças deve ocorrer dando atenção às características intrínsecas de cada espécie, como exigências em nutrientes, duração do ciclo de cultivo, tolerância ao clima da região e da demanda no mercado.
As hortaliças mais utilizadas são as folhosas, devido à menor exigência nutricional, como por exemplo, alface, rúcula, acelga, agrião, chicória, manjericão, alfavaca, hortelã, salsa, coentro e cebolinha. Realizou-se a validação do sistema apresentado neste artigo pelo cultivo de alface e rúcula, como é demonstrado na Figura 1.
Manejo
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