Paula Almeida Nascimento – Engenheira agrônoma e doutora em Fitotecnia – Universidade Federal de Lavras (UFLA) – paula.alna@yahoo.com.br

O algodão apresenta baixa tolerância à acidez, à toxidade do alumínio e ao baixo teor de cálcio, de modo que a diminuição da acidez é essencial para alcançar uma alta produtividade da cultura.
A calagem eleva o pH, neutralizando o alumínio trocável e aumentando a saturação da base. Assim, a cultura se beneficiará com aumento Capacidade de Troca Catiônica (CTC) e com a disponibilidade de N, S, P, B e Mo. A calagem promove melhor crescimento radicular e eficiência do uso dos nutrientes, e deve ser realizada com no mínimo dois meses de antecedência ao plantio, sendo recomendado usar calcário dolomítico.
Nutrição de ponta
O boro (B) é um elemento essencial que o algodão precisa durante todas as fases de crescimento e frutificação. O suprimento adequado de boro ajudará o algodão a desenvolver e reter mais botões, aumentar a polinização na floração e os capulhos, transportar nutrientes e açúcares das folhas para os frutos, produzir fibras fortes e bem desenvolvidas e acelerar a maturidade. Recomenda-se usar ácido bórico como fonte de boro.
Em solos tropicais, o fósforo (P) é um dos nutrientes que mais limita a obtenção de produtividades elevadas. O fósforo, no algodoeiro, estimula o crescimento das raízes, sendo importante para o florescimento e desenvolvimento dos frutos.
Ao contrário do nitrogênio, que prolonga a fase vegetativa, o fósforo favorece a maturação dos capulhos, acelerando a abertura dos mesmos. Recomenda-se usar o fertilizante MAP e fosfato monoamônico.
Já o potássio (K) é um nutriente absorvido em grandes quantidades pelo algodoeiro e desempenha papel fundamental no desenvolvimento da planta, produção e qualidade da fibra. Deve-se usar cloreto de potássio como fonte de potássio.
O nitrogênio (N) é o elemento mineral que as plantas exigem em maior quantidade. Seu fornecimento em quantidades adequadas estimula a formação e crescimento da parte vegetativa, das gemas floríferas, regulariza o ciclo da planta, aumenta a produtividade e melhora o comprimento e a resistência da fibra. Usar ureia como fonte de nitrogênio.
Exigências ambientais
O algodoeiro é uma planta exigente em qualidade do solo. Os solos ácidos, pobres em nutrientes, compactados, com excesso de umidade ou sujeitos ao encharcamento são desfavoráveis ao cultivo.
As condições climáticas são fundamentais para a produtividade do algodoeiro. O ciclo é de aproximadamente 150 dias e precisa de 750 a 900 mm de água bem distribuídos no período. Pode ser cultivado com irrigação ou em sequeiro. A planta é exigente em luminosidade, com temperaturas médias entre 22 e 26ºC. A lavoura tem sido cultivada com sucesso em altitudes variando de 200 até 1.000 m.
Cultivares
A qualidade da fibra do algodão é fundamental. Características principais para escolher cultivares para plantio: porte e conformação da planta, duração e grau de determinação do ciclo produtivo que implica no manejo da cultura, rendimento no beneficiamento (porcentagem de fibra), comercialização do produto (em caroço ou pluma) e resistência ou tolerâncias a doenças e pragas.
Atualmente, existem inúmeras cultivares de algodão disponíveis no mercado originadas de pesquisas de órgãos públicos e empresas privadas. O produtor deve escolher a cultivar que se sobressai quanto às características mais importantes para o seu sistema de produção.
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