Vanessa Alves Gomes – Engenheira agrônoma, mestre em Fitopatologia e doutoranda em Proteção de Plantas – UNESP/Botucatu – vavvgomes@gmail.com
Carolina Alves Gomes – Graduanda em Agronomia – Universidade Federal de Viçosa (UFV/CRP) – carol.agomes11@gmail.com
Fabíola de Jesus Silva – Engenheira agrônoma, mestre em Produção Vegetal e doutora em Fitopatologia – Universidade Federal de Lavras (UFLA) – fa.agronomia@gmail.com

Durante muito tempo foi discutido entre os cafeicultores qual era o manejo mais vantajoso – com espaçamentos maiores entre plantas e entrelinhas (plantios menos densos) ou os espaçamentos menores (plantios adensados ou superadensados).
A utilização do café adensado torna possível a sustentação da cafeicultura em pequenas e médias propriedades, principalmente em áreas declivosas. Na cafeicultura de montanha, a prática do plantio superadensado é uma condição que favorece uma maior produtividade, já que não é possível mecanizar.
No entanto, a intensificação do plantio reflete em dificuldades no manejo da lavoura, visto que a intensidade e a disposição das plantas influencia em todo o sistema de produção do café. A escolha da densidade do plantio e do espaçamento leva em consideração os objetivos do cafeicultor, as condições locais, o tipo de manejo da lavoura, a fertilidade do solo, a declividade da área, bem como outros aspectos que interferem no desenvolvimento das plantas.
Hora da decisão
Um dos fatores decisivos na implantação de uma lavoura de café é o espaçamento e a definição do número de plantas na área. Assim, o espaçamento mais utilizado para áreas mecanizadas é de 4,0 x 0,5 m, resultando em 5.000 plantas de café por hectare, devido aos tratos culturais serem amplamente mecanizados.
Porém, em algumas áreas não é possível realizar a mecanização dos tratos culturais, pelo fato da declividade, podendo-se adotar cultivos adensados ou até mesmo superadensados. Quando são adotados cultivos superadensados, pode-se reduzir o espaçamento em até 1,5 x 0,4 m, resultando em aproximadamente 17.000 plantas de café.
A definição do espaçamento deve ser definida analisando muitas variáveis, como cultivar, porte das plantas, topografia da área, condições de manejo, entre outras.
Modelos
A produtividade média do café é de 31,6 sacas por hectare no Brasil. No entanto, nos modelos com alta densidade de plantas na área, são exigidos menos de cada cafeeiro. Há uma redução do número de nós por ramo, bem como de frutos por nó.
Para obter a produtividade máxima nestes sistemas, é necessário equilibrar o número de plantas e os componentes de produção. A relação de densidade e produtividade não segue uma função linear. Existe um ponto ótimo e um ponto onde o aumento de densidade começa a reduzir a produtividade.
Para o sistema se sustentar, é necessário evitar uma competição excessiva entre as plantas. As produtividades, em lavouras superadensadas bem manejadas, podem ultrapassar 80 sacas de café beneficiado nesta unidade de área.
Custo envolvido
O aumento do número de plantas faz com que o investimento inicial fique mais oneroso. A utilização de máquinas fica limitada, aumentando os custos de produção, bem como o fechamento da lavoura ocorre rapidamente, requerendo mais podas. Além disso, há uma maior dificuldade nos tratos culturais e na colheita, aumentando a desuniformidade dos frutos, com predisposição à ferrugem e necessidade de água.
Retirar o café do chão é uma das maiores dificuldades do produtor de café superadensado, pois com a quantidade maior de plantas, há também mais folhas no solo. Porém, essa atividade deve ser feita devido ao manejo de broca, muito recorrente em plantios mais adensados.
Estratégia
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