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quarta-feira, janeiro 22, 2025
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Viveiro suspenso: Nutrição dos porta-enxertos de seringueira

Autores

José Geraldo MagesteEngenheiro florestal, Ph.D e professor – Universidade Federal de Uberlândia (ICIAG/UFU)jgmageste@ufu.br

Vinícius Evangelista da Silva Engenheiro florestal e doutor em Solos e Nutrição de Plantas – viniciusesilva@yahoo.com.br

Mudas de seringueira – Crédito: Paulo Brito

A produção de porta-enxertos de seringueira em viveiro suspenso passou a ser uma exigência legal para evitar a contaminação das áreas plantadas por nematoides. Esta exigência iniciou no Estado de São Paulo e hoje já é comum em quase todos Estados da Federação.

Se, por um lado, esta exigência mostrou-se eficiente para o controle deste patógenos que tantos prejuízos tem trazido aos seringais de cultivo, por outro, veio exigir uma mudança na tecnologia de produção de mudas para obtenção de resultados satisfatórios.

Continuam as exigências para uma seleção de sementes de porta-enxertos de alta qualidade, com vigor e, preferencialmente, advindas de plantios monoclonais. Esta uniformização das sementes facilita o manejo e os tratos silviculturais no futuro viveiro suspenso.

Nutrição dos porta-enxertos

Primeiramente, deve ser lembrado que, apesar de o viveiro ser suspenso, continua a exigência de uma sementeira no solo para germinação das sementes. Esta sementeira facilita a seleção inicial das plantículas, selecionando aquelas de crescimento inicial mais vigoroso, que produzirão os porta-enxertos em menor tempo de cultivo.

Deve haver uma seleção na sementeira de pelo menos quatro grupos de plantas pela ordem de germinação. Isto facilitará os tratos silviculturais no futuro viveiro suspenso.

A sementeira pode ser feita com serragem curtida ou areia lavada de textura média. Não existem preocupações com a nutrição das plantículas, já que elas serão transplantadas, seja na fase de paliteira ou pata de aranha. O que não pode faltar é a água. A irrigação da sementeira deve ser diária ou até duas vezes ao dia se a UR (Umidade Relativa do Ar) estiver abaixo de 30%.

A preocupação com nutrição adequada dos porta-enxertos inicia no viveiro (suspenso). Assim, tem que ser levado em consideração a composição do substrato a ser usado. Muitas vezes existe uma preocupação com a textura e a capacidade de umidificação do mesmo, esquecendo-se do seu papel na nutrição das plantas.

Importância do magnésio

De maneira geral, sabe-se que a seringueira é muito exigente em magnésio (Mg), tanto que as formulações de adubações são compostas de NPK Mg. Inicialmente se diz que a plantícula de seringueira está “mamando”, pois a semente a acompanha por meio de dois sustentáculos, e realmente tem a função de fornecer nutrientes e carboidrato até a formação dos primeiros pares de folhas.

Nesta fase a disponibilidade de nitrogênio pode ser satisfeita quase exclusivamente pelo substrato no tubete. O uso de uma fonte de esterco de gado ou de aves (5 a 10% do volume) no substrato cumprirá adequadamente esta função. Em muitos viveiros têm-se utilizado fontes de fósforo lentamente disponível, como os fosfatos naturais, na composição do substrato.

Assim, com o crescimento das mudas o fósforo também vai se tornando disponível. Existem muitos estudos sobre elementos protegidos ou de liberação lenta que podem ser consultados na literatura ou esclarecidos por um engenheiro florestal experiente. A quantidade de fosfato natural no substrato não deve passar de 2% em volume.

Manejo

Então, a nutrição das mudas (porta-enxertos) no futuro viveiro suspenso já se inicia com a preparação do substrato. Além das características de textura, porosidade e umidificação, deve ser levado em consideração a capacidade de fornecer adequadamente alguns nutrientes, como nitrogênio, fósforo, potássio e magnésio.

Conforme dito anteriormente, ao invés de se recomendar o uso de formulados (NPK Mg) com fontes prontamente solúveis, uma boa medida é usar parte do fósforo fornecido por fosfatos parcialmente acidulados ou protegidos.

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